Topo

Perrone

Programa de computador vira munição contra Muricy no São Paulo

Perrone

13/03/2015 08h06

Um programa de computador que ajuda analisar o despenho dos atletas durante os jogos virou munição para críticos de Muricy Ramalho no São Paulo.

Internamente, dirigentes reclamam de que o treinador não explora a tecnologia como deveria. Afirmam que o técnico poderia receber informações online sobre o rendimento dos jogadores e até avaliar o cansaço deles durante as partidas. Mas sustentam que ele prefere ser informado apenas no dia seguinte, o que seria um sinal de alergia a recursos modernos.

O blog procurou a assessoria de imprensa do São Paulo para ouvir Muricy. A resposta foi de que o programa usado pelo clube não permite que os dados sejam enviados para o técnico em tempo real. Ou seja, não é uma escolha dele ter as análises apenas depois dos jogos. É uma limitação técnica.

Mas integrantes da diretoria rebatem. Afirmam que, se o treinador quisesse montariam, uma logística para que ele tivesse acesso aos dados ainda no banco de reservas.

O episódio dá combustível para a polêmica sobre Muricy não ser um técnico moderno. Modernidade, aliás, é a marca que Carlos Miguel Aidar gostaria de dar (e ainda não conseguiu) à sua gestão no São Paulo. O presidente nega estar insatisfeito com o treinador, mas já cobrou Muricy publicamente. E precisou, no ano passado, negar acusação de Juvenal Juvêncio de que queira demitir o comandante são-paulino como parte do pacote para se livrar de funcionários ligados a seu antecessor.

A fogueira que esquenta o vestiário são-paulino aumentou nesta quinta após o técnico admitir que existe um racha no clube, não no elenco. E que parte dos cartolas querem sua demissão, o que não inclui o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro.

O desabafo do técnico deixa Aidar numa situação constrangedora. Isso porque, além das acusações de JJ sobre ele querer a saída do técnico, a Independente voltou a criticar o elenco. O presidente já demonstrou publicamente que mantém excelente relação com a principal organizada do clube. A ponto de atender telefonema do presidente da uniformizada, conhecido como Negão, diante de jornalistas.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.