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Juvenal e Aidar são criticados por afetar time do São Paulo com briga

Perrone

03/04/2015 11h47

Nem os principais aliados de Carlos Miguel Aidar e Juvenal Juvêncio suportam mais a briga entre os dois cartolas são-paulinos. Ambos são criticados internamente por se atacarem politicamente num momento em que o time corre o risco de ser eliminado na primeira fase da Libertadores.

Às vésperas do jogo com o San Lorenzo, na Argentina, eles fizeram ataques políticos pela imprensa. O comportamento irritou cartolas que tentavam pacificar o clube.

O principal problema apontado por integrantes dos dois grupos é que a briga respinga na equipe. Isso porque Muricy Ramalho está no meio do conflito. Horas antes da partida contra o San Lorenzo, Juvenal deu entrevista para a "TV Folha" afirmando que seu sucessor cozinha o treinador em fogo brando. Ele acusa Aidar de querer demitir o técnico por ser amigo do ex-presidente, algo que o atual mandatário sempre negou.

JJ incomodou ainda mais seu grupo político ao dizer que Aidar precisa parar de fazer as unhas e trabalhar pelo clube. É justamente esse tipo de declaração que os cartolas ligados ao ex-presidente já tinham sugerido que ele evitasse porque a frase é repetitiva e desbota a imagem de Juvenal. Disparos como esses, são considerados pelo grupo de Juvenal irrelevantes. Só teriam o poder de transformar Aidar em vítima e de constranger a comissão técnica.

Por sua vez, Aidar criticou o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, aliado do ex-presidente, em declaração publicada pela "Folha de S. Paulo", também no dia do confronto com o San Lorenzo.

O presidente desembarcou na Argentina insinuando que o antecessor quer seu lugar e tenta fazer a cabeça do treinador contra ele. Depois de diretores do clube sugerirem que ele ficasse em silêncio, Aidar declarou oficialmente que não responderia mais aos ataques de Juvenal.

Agora, os dois grupos gastam suas últimas energias para tentar a trégua durante a Libertadores, evitando desgaste maior de Muricy. A avaliação é de que o treinador, assim como eles, está de saco cheio da briga. E que isso reflete em seu trabalho.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.