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Marin achou absurda ideia de contratar Guardiola para seleção

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09/07/2015 08h46

"Tem até dono de jornal querendo que eu contrate o Guardiola. Não, técnico da seleção brasileira tem que ser brasileiro". Em tom de indignação, essa afirmação foi feita por José Maria Marin na CBF, em 2012. O então presidente da confederação rejeitava a sugestão dada por Walter Mattos, fundador do jornal "Lance!", para trazer o técnico espanhol.

Dois interlocutores de Marin contaram ao blog que na ocasião o dirigente achou absurda a ideia de trazer Guardiola para a vaga de Mano Menezes, que acabara de ser demitido. O problema, dizem, não era especificamente com o atual técnico do Bayern, mas com estrangeiros em geral.

O dirigente, atualmente preso na Suíça acusado de receber propinas, dizia que treinadores de fora teriam dificuldade para se adaptar ao futebol brasileiro. Além disso, a avaliação era de que imprensa e torcida não aceitariam bem a ideia de um treinador de outra nacionalidade assumir a prancheta verde e amarela justamente na Copa do Mundo disputada no Brasil.

Em entrevista ao site da "ESPN", Mattos contou que, depois de ter a informação de que Guardiola queria treinar a seleção brasileira, procurou Marin e ouviu dele que a ideia era interessante mas difícil de ser realizada, pois se tratava de um estrangeiro.

Assim como a seleção estava sem técnico, Guardiola não tinha clube na ocasião. Estava em período sabático, que segundo Mattos, só aceitaria interromper para treinar o Brasil na Copa de 2014.

O que se viu após a recusa de Marin foi o justamente o oposto de inovação. A CBF apostou na tradição, contratando Felipão e Carlos Alberto Parreira, dois profissionais ligados ao time nacional pelo forte vínculo criado com a conquista de duas Copas do Mundo. Deu no que deu.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.