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Santos rebate críticos de contrato de Dorival com multa de 'só' 3 salários

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11/07/2015 07h58

Dorival Júnior retornou ao Santos pressionado não só pela missão de salvar o time do rebaixamento no Brasileirão, mas também por críticas de conselheiros que não gostaram do contrato longo assinado pelo treinador. Eles questionam a relação custo-benefício e reclamam do risco de o clube demitir o técnico antes do fim do compromisso e ter que pagar multa.

Modesto Roma Júnior contratou Dorival para ficar até o final de 2017 com salário de aproximadamente R$ 250 mil mensais. Assim, ele ganhará R$ 7,5 milhões se cumprir o contrato inteiro. Marcelo Fernandes, que volta a ser auxiliar, recebia R$ 20 mil por mês para comandar o time.

"Não tem cabimento pagar tanto para um treinador que estava desempregado e que só não foi rebaixado no ano passado porque o Santos ganhou do Vitória na última rodada e salvou o Palmeiras. O certo seria fazer um contrato até o final de 2015. Se ele fosse bem, renovaria. Dificilmente um técnico fica dois anos. Aí você tem que pagar uma fortuna em multa rescisória", disse o conselheiro Celso Leite.

"Vou torcer pelo Dorival, não vou cornetar, mas o custo-benefício é muito alto. Acho que ele aproveitou a situação do Santos para conseguir um contrato longo. Isso alimenta a indústria das multas. Eu preferiria um contrato curto com o Leão, por exemplo", declarou o conselheiro Leandro da Silva.

Normalmente, os clubes pagam o salário do treinador até o final, mesmo que ele seja demitido. Porém, o presidente santista alega que o caso de Dorival é diferente. "Tem gente que critica sem saber. A multa rescisória do Dorival é de três salários (cerca de R$ 750 mil). Acho um valor justo para os dois lados", disse Modesto.

O presidente também defendeu o tempo de contrato do técnico. "Decidimos assinar até o final do meu mandato porque queremos desenvolver um trabalho a longo prazo. Não é isso que a imprensa inteira pede?", afirmou.

Sobre Dorival ganhar mais de 12 vezes o salário de seu antecessor, Modesto declara ser impossível pagar menos que isso e proclama o Santos como o pioneiro do processo atual de redução dos ganhos dos técnicos brasileiros.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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