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'Não teve reviravolta, o Santos tem time para ser campeão', diz Modesto

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19/09/2015 06h00

Leia a seguir entrevista com Modesto Roma Júnior, presidente do Santos.

Está preocupado com a arbitragem no clássico de domingo, contra o Corinthians?

Quem vai apitar? Olha como estou preocupado.

Flávio Rodrigues Guerra.

Arbitragem não me preocupa.

Mas o senhor estava bravo com a arbitragem.

Não. Minha preocupação é com a linha de conduta. Inventam muita coisa que acaba complicando o juiz. Agora deram a orientação para ser rigoroso com o jogador que se jogar. É mais um fator para complicar o árbitro, mais uma coisa para dar confusão. Em vez de simplificarem, complicam mais ainda.

Como explicar essa reviravolta no Santos: um time que corria risco de ser rebaixado e que agora é tratado como sensação do campeonato?

Não tem reviravolta. Só você achava que o Santos seria rebaixado.

Não achava. Mas achava o time ruim. Fale sobre essa transformação.

Não teve transformação. É time para ser campeão. Se vai ser ou não é outra coisa. Mas é um time capacitado para ser campeão. O planejamento foi para brigar pelo título.

O planejamento foi refeito durante o campeonato. Trocou de técnico, por exemplo.

Não foi refeito. Desde o começo o planejamento foi bem feito. A questão toda é ter o grupo ou não. Não é se o Marcelo Fernandes é bom técnico ou não. Ele armava o time bem, mas o jogador tem ou não a disposição de acreditar (no que ouve do treinador). Chegou um momento que tanto fazia trazer o Oswaldo de Oliveira numa rodada ou o Dorival Júnior mais tarde. O Dorival chegou, conhece bem o clube, tem uma empatia muito grande com o Santos. E teve respaldo para aproveitar jogadores como o Zeca, que evoluiu muito.

Falar em ser campeão nesse momento é exagero de presidente, não?

Não é. Perdi cinco jogos seguidos, porque os outros não podem perder. É difícil, mas nosso time não é menos competente que os outros.

Como está a situação financeira do clube hoje, os direitos de imagem?

Os direitos de imagem estão em dia. Mas ainda precisamos fazer muito. Devo pra todo mundo, devo milhões. Faltam uns cinco anos nesse caminho pra colocar a casa em ordem. Cinco anos com austeridade.

Mas se o time se classificar para a Libertadores, o senhor vai ter que gastar mais porque a torcida vai cobrar reforços.

Mas não poso ser um deslumbrado. A torcida tem que entender isso. Podemos ter um time competitivo na Libertadores, com chances de ser campeão, mas sem sair gastando o que não podemos. O que não pode acontecer é a gente fazer tudo o que tem feito e jogar para cinco mil pessoas.

Qual a saída?

Precisamos amadurecer o time para ele criar uma casca e conseguir jogar bem como mandante fora de Santos quando for o caso. Você viu o Flamengo em Brasília? Bateu recorde, mas perdeu de 2 a 0 do Coritiba. Acha que perderia se fosse no Maracanã?

Acho que não.

Então, temos que ter esse cuidado. Ir amadurecendo o time para isso.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.