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Novo presidente da CBF gera atrito no 1º ato com eleição para vaga de Marin

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04/12/2015 17h49

Deputado Marcus Vicente é o novo presidente da CBF. Foto: Gustavo Lima

Deputado Marcus Vicente é o novo presidente da CBF. Foto: Gustavo Lima

Ao ser escolhido na última quinta para assumir a presidência da CBF durante a licença de 150 dias pedida por Marco Polo Del Nero, o deputado Marcus Antônio Vicente (PP-ES) declarou que sua prioridade seria pacificar a entidade.

Porém, uma de suas primeiras ações incendiou ainda mais a política da confederação. Ele marcou para o próximo dia 16 eleição para definir o substituto de José Maria Marin, suspenso temporariamente pela Fifa desde que foi preso na Suíça. O coronel Carlos Antônio Nunes deve ser o candidato da situação.

A medida desagradou ao grupo do opositor Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense. Por ser o vice mais velho da confederação, ele assume a presidência da entidade se Del Nero renunciar ou, no entender da maioria dos presidentes de federações, for suspenso pela Fifa. Procurado pelo blog, porém, o secretário-geral da entidade, Walter Feldman, disse que as federações estaduais entraram em acordo sobre a vacância do cargo.

Nunes é mais velho que Delfim e passaria a ser o primeiro na linha sucessória. Além disso, o grupo ligado ao catarinense alega que Marin não pode ser substituído, pois foi suspenso provisoriamente pela Fifa. Ao anunciar seu afastamento, a CBF disse que medida valia até o processo ser concluído. Assim, o entendimento é de que o cargo não está vago, como diz a ata de convocação da assembleia.

Assim, o gesto de Vicente foi visto como uma manobra para assegurar que Delfim não assuma a presidência.

Em reunião com representantes de 23 das 27 federações estaduais (a federação catarinense não foi convidada para o encontro), nesta sexta, antes de transmitir o cargo para Vicente,  Del Nero explicou aos cartolas que seria necessária a eleição para preencher a vaga de Marin. Indagado se a investigação do comitê de ética da Fifa sobre Marin já tinha sido concluída, Marco Polo disse que o cargo ficou vago porque ele está afastado por 180 dias, como prevê o estatuto. Porém, dois presidentes de federações disseram ao blog que o estatuto da entidade não decreta a vacância nesse prazo de seis meses. E que o afastamento precisa ser referendado em assembleia, independentemente do motivo. O estatuto não está disponível no site da entidade.

O prazo para as inscrições se encerra no próximo dia 11, o que mostra a pressa da entidade. Cada candidato precisa apresentar a assinatura de apoio de oito federações e de cinco clubes.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.