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Diretor de futebol tem dever de cobrar apuração sobre filho de Lula

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08/02/2016 12h00

Atual diretor de futebol do Corinthians, Eduardo Ferreira era conhecido como Edu dos Gaviões, por ser membro da organizada, quando começou a entrar na política corintiana.

Era uma das caras mais conhecidas do Movimento Fora Dualib. Infernizou conselheiros até em peladas no Parque São Jorge para cobrar deles que apurassem denúncias contra a administração Alberto Dualib e que punissem os responsáveis.

O movimento ganhou força no clube e na arquibancada. Dualib acabou deixando a presidência. Foi escorraçado do Corinthians.

De lá para cá, Edu conquistou a confiança de Andrés, foi fiel escudeiro de Roberto de Andrade na última eleição e ganhou o cargo de ajunto na diretoria de futebol (na prática é o diretor, já que oficialmente o posto principal está vago).

Estar na diretoria não impede, porém, que ele exerça seus deveres como conselheiro alvinegro. E, por seu histórico de  luta contra desvios na era Dualib, tem a obrigação de cobrar firmemente a apuração da denúncia publicada pela Folha de que Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, um dos responsáveis por viabilizar o estádio corintiano, teria recebido cerca de R$ 500 mil do Corinthians sem prestar serviços entre 2011 e 2013.

Na opinião deste blogueiro, Edu tem que demonstrar que não tolera malfeitos no clube, seja qual for o sobrenome do suspeito. E, dessa vez, deve ser até mais fácil do que na era Dualib. Isso porque Andrés Sanchez, que levou o filho de Lula para o departamento de marketing do alvinegro, disse à Folha que tem documentos para mostrar a quem quer que seja.

Também não será difícil para Edu, se ele tiver interesse em esclarecer o caso, trabalhar por uma investigação no Conselho Deliberativo do Corinthians. Ele nem era conselheiro quando ajudou, e muito, o clube a investigar as suspeitas na era Dualib. Imagine agora o que pode fazer como membro do conselho e diretor.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.