Corinthians vê risco de não ter como pagar financiamento por arena em abril
Com Dassler Marques, do UOL, em São Paulo
Durante reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians nesta segunda, representante do fundo que administra o estádio do clube apresentou detalhes das contas da arena. O valor do contrato com a Odebrecht é de aproximadamente R$ 985 milhões. Juros bancários são responsáveis por mais cerca de R$ 90 milhões. Também foi informado o custo das obras temporárias usadas durante a Copa do Mundo: por volta de R$ 90 milhões.
Conforme a exposição, foram pagos cerca R$ 609 milhões da dívida com a Odebrecht, sendo R$ 400 milhões vindos do financiamento junto ao BNDES por intermédio da Caixa Econômica e mais aproximadamente R$ 209 milhões referentes a empréstimos bancários transformados em debêntures (títulos de dívidas). Assim, a construtora ainda é credora de R$ 376 milhões.
O cenário descrito é difícil. Se os naming rights e mais Cids (certificados que o comprador pode usar para abater impostos municipais) não forem negociados brevemente, não deve haver dinheiro em caixa já em abril para pagar a parcela relativa a março de R$ 5 milhões do financiamento de R$ 400 milhões feito junto ao BNDES por intermédio da Caixa Econômica. As informações foram confirmadas ao blog por quatro conselheiros e um diretor. Mas eles não souberam dizer quanto já foi pago para a Caixa em relação ao empréstimo feito pelo BNDES.
Andrés Sanchez, porém, fez um discurso otimista sobre os naming rights, mas sem falar em valores. No entanto, Emerson Piovezan, diretor financeiro, afirmou que a necessidade é de R$ 20 milhões anuais com a negociação do nome do estádio.
O clube ainda espera conseguir uma nova carência de 19 meses para pagar o financiamento, o que traria alívio. A negociação para isso se arrasta desde o ano passado com a Caixa. O BNDES também precisa aprovar o acordo.
De acordo com o Blog do Rodrigo Mattos, em caso de inadimplência, a Caixa pode até tirar o Corinthians da operação do estádio. Segundo a explicação do fundo, não há risco de o Corinthians perder parte do terreno do Parque São Jorge, colocado como garantia para a Odebrecht.
Ao justificar o quadro atual, o ex-presidente afirmou que a situação do país mudou desde a construção do estádio. Antes, era grande o interesse pela aquisição de camarotes. Hoje, é difícil até vender cadeiras cativas, que o clube chama de PSL. A diretoria admite que negociar assentos do setor oeste, o mais luxuoso, é um problema a ser resolvido.
Outras pedras no sapato são os Cids. A projeção inicial era de que fossem arrecadados R$ 400 milhões com os certificados. Até agora, eles geraram R$ 16 milhões. Uma negociação que vai render mais R$ 15 milhões referentes aos Cids está bem encaminhada. Até agora, os papéis têm sido comprados por consórcios liderados pela Odebrecht.
Para dinamitar parte dos obstáculos, a diretoria vai colocar em prática um plano de corte de despesas e promover drástica redução dos ingressos cedidos como cortesia nos jogos do time.
Mal acabou o encontro e ele foi apelidado de reunião da verdade, já que detalhes das contas do estádio foram revelados. Ter acesso a essa informação foi a principal cobrança de membros de torcidas organizadas e sócios que protestaram antes e durante a sessão.
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