Órgão que combate crime organizado é acionado após acusações no Corinthians
Denúncias envolvendo o departamento de futebol amador do Corinthians deverão ser investigadas pelo Gaeco, grupo do Ministério Público especializado no combate ao crime organizado.
Como mostrou o blog, o Juizado do Torcedor havia recebido uma representação criminal entregue pelo conselheiro corintiano Romeu Tuma Júnior. Ele relatou as denúncias do americano Helmut Niki Apaza, que afirma ter sido vítima de golpes supostamente aplicados por um funcionário do clube, demitido após a confusão, e ao menos um conselheiro.
"Conversando com meus colegas, concluímos que o caso é muito complexo e foge um pouco das atribuições do Juizado do Torcedor, por isso encaminhei tudo para o Gaeco. Eles vão ter mais condições de apurar tudo", disse ao blog o promotor Paulo Castilho.
Promotores do Gaeco foram responsáveis por investigar denúncias de irregularidades na gestão do ex-presidente corintiano Alberto Dualib, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo a parceria com a MSI.
No caso atual, Apaza alega que pagou US$ 60 mil por 20% dos direitos econômicos de Alysson, jogador que tinha menos de 16 anos e que por isso não tinha contrato profissional com o clube. Ou seja, não havia o que ser vendido. Ele também afirma que desembolsou US$ 50 mil por uma carta que lhe daria o direito de representar o clube nos Estados Unidos. As quantias das duas operações nunca chegaram aos cofres corintianos.
"É preciso saber se esse dinheiro foi pago e, no caso de ter sido, saber se ele entrou no Brasil ou não. O Gaeco tem mais condições de averiguar isso", declarou Castilho.
Depois de Apaza procurar o clube para contar a história, dois dirigentes corintianos relataram ao blog terem recebido telefonemas ameaçadores.
Além disso, uma briga entre o pai de Alysson e o empresário dele foi parar na polícia.
O caso também está sendo investigado pela Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians.
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