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Mudança estatutária marca novo round entre Abilio e cúpula do São Paulo

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16/11/2016 10h21

A votação de mudanças no estatuto do São Paulo nesta quarta marca um novo round na disputa entre Abilio Diniz e a diretoria do clube. Os dias que antecederam ao pleito foram de trocas de disparos nos bastidores entre aliados do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e do empresário.

Os situacionistas enxergam Diniz como quem quer aproveitar as mudanças estatutárias para se aproximar do poder no clube, algo que ele nega ter interesse. Para comprovar essa tese, a situação usa a proposta feita pelo empresário para que qualquer sócio pudesse lançar chapa para concorrer à presidência. Pelo modelo atual, só conselheiros têm o direito de tentar ocupar o cargo máximo no clube. Abilio não é conselheiro, apenas associado, assim, se sua sugestão fosse aprovada ele poderia lançar uma chapa. Porém, a ideia foi descartada e ficou fora do pacote de mudanças que será votado.

Por sua vez, via assessoria de imprensa, o empresário nega que tenha interesse em ser presidente ou que tenha feito a proposta para poder lançar alguém de sua confiança. Afirma que os sócios são os donos do clube, então é justo que possam disputar a eleição. A única intenção da medida proposta foi, segundo sustenta, fortalecer o associado.

Os aliados de Abilio também se queixam de que a diretoria o ataca nos bastidores gratuitamente e que não enaltece mudanças propostas por ele e aprovadas pela comissão que preparou o texto a ser votado. É o caso da criação do Conselho de Administração, órgão que irá auxiliar a diretoria na definição de metas, além de fiscalizar seu trabalho. As pessoas ligadas ao empresário afirmam que o novo modelo é igual ao que ele sugeriu, mas que a diretoria trocou o nome Comex (Comitê Executivo), apenas para descaracterizar a sugestão de Abilio.

Já os situacionistas declaram que o modelo proposto pelo empresário era igual ao usado no Santos e que é permanente criticado pelos cartolas santistas principalmente por tornar lentas as decisões da diretoria. O sistema que será votado tem o objetivo de permitir maior agilidade ao presidente.

Outra reclamação dos que defendem Abilio é de que a diretoria o deveria tratar como alguém que ajuda o São Paulo, reconhecendo colaborações como o pagamento para a empresa contratada para fazer uma auditoria no Morumbi.

Mas a situação enxerga o empresário por trás da maioria dos movimentos importantes feitos pela oposição contra a gestão de Leco.

Esse clima de conflito deve aumentar com a sugestão feita por Abilio em seu blog no UOL Esporte para que seja criado um conselho de administração provisório logo após a aprovação das mudanças. O grupo prepararia a transição para as novas regras antes da eleição presidencial do ano que vem.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.