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Opinião: Real e Kashima deram aula ao mundo do futebol

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18/12/2016 11h00

O Kashima Antlers entrou em campo na final do Mundial de Clubes dando aula de como se enfrenta um time recheado de astros. Nada de ficar admirando os rivais, tremer ou cometer erros bobos. Jogou sério desde o início. Foi uma lição de aplicação tática.

O Real Madrid, depois de fazer 1 a 0, deu aula de como um gigante não deve jogar uma decisão contra um azarão. Se acomodou, dormiu em campo, parecia duvidar da capacidade do oponente.

O Kashima deu aula de como tentar matar um favorito numa final ao fazer 2 a 1 no início do segundo tempo, mas também acabou ensinando como se acorda um time com muita qualidade.

O Real Madrid deu aula de como mudar os rumos de uma decisão. Passou a jogar com mais atenção e logo sua superioridade apareceu para permitir o empate e a criação de várias chances.

O Kashima deu aula de como se manter vivo diante de um grande time que despertou. Foi salvo por seu goleiro e apostou em contra-ataques, chute de longe e no final num preparo físico que pareceu superior para terminar o jogo no comando.

O japonês Endo deu aula de como desperdiçar a oportunidade de entrar para história do futebol mundial ao perder uma incrível chance de fazer o gol do título do Kashima no último lance do tempo normal.

Em seguida, no início da prorrogação, Cristiano Ronaldo deu uma lição para Endo de como se faz quando a bola do jogo chega aos seus pés. Marcou o gol que deixou o Real perto do título e fez o que se espera de um jogador do nível dele. Decidiu mesmo sem ter feito até então uma atuação de gala. O português repetiu a dose fazendo o quarto gol do time espanhol.

O 4 a 2 (contando a prorrogação) para o Real não foi um jogo brilhante tecnicamente, mas agradável, emocionante, digno de final de Mundial e, principalmente, repleto de lições para o mundo da bola.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.