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Presidente do Inter é alvo de críticas de cartolas por não querer jogar

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02/12/2016 08h22

Vitório Píffero, presidente do Internacional, virou alvo de duras críticas de dirigentes de outros clubes nos bastidores após defender a não realização da última rodada do Brasileirão, que ficaria incompleto. A mesma posição foi adotada por jogadores do time dele que alegam falta de condições emocionais para atuar após o desastre aéreo envolvendo a delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulantes.

Dois presidentes e um diretor de clubes da Série A confirmaram ao blog a reprovação à atitude do cartola gaúcho.

Um desses presidentes, preferindo não ser identificado, classificou o gesto do Píffero como imoral, antiético e com o objetivo de virar a mesa usando uma tragédia como pretexto, pois o Inter está hoje na zona de rebaixamento. Píffero afirmou não ser a melhor solução rebaixar o Colorado, caso o Brasileirão fique incompleto.

O cartola do Inter passou a ser visto por esses críticos como alguém que tem interesse em bagunçar o campeonato para salvar sua equipe da queda. Os dirigentes mais descontentes estão dispostos a pressionar a CBF para manter a última rodada e evitar que o campeonato seja melado.

 "Vamos esperar o velório coletivo se encerrar (para discutir o assunto)", disse ao blog Walter Feldman, secretário-geral da CBF.

São Paulo, Grêmio, Flamengo, Santos, Corinthians, Vitória, que também luta contra o rebaixamento, e Palmeiras são alguns dos clubes que mostram disposição para entrar em campo e encerrar a competição.

"Prefiro que a última rodada seja jogada no dia 11. E que a Chapecoense seja homenageada em todos os jogos", afirmou Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo. Ele não criticou Píffero, mas acredita que manter a rodada final seria uma forma de, ao mesmo tempo, homenagear o clube catarinense e evitar discussões sobre rebaixamento e disputa de vaga para a Libertadores.

O blog apurou que o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, está entre os que são contrários a deixar o Brasileirão incompleto.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.