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MP e PM aprovam torcedor infiltrado em clássico de torcida única em SP

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16/04/2017 08h39

Os clássicos de torcida única em São Paulo criaram uma legião de torcedores que vai ao estádio do adversário sem camisas de seu time e que torce em silêncio. Esses infiltrados estarão presentes nos dois clássicos entre são-paulinos e corintianos pelas semifinais do paulista, mas não preocupam as autoridades de segurança pública. Assim, não serão "caçados" pela Polícia Militar.

"Se percebemos que um torcedor está com a camisa do visitante escondida, ele não entra. Mas não podemos tirar do estádio quem comprou ingresso e não está criando problema. Se identificarmos visitantes que estão torcendo em silêncio, vamos dar atenção à proteção deles. Só vai ser convidado a se retirar quem criar tumulto ou tiver a sua segurança ameaçada pela torcida da casa", afirmou o tenente-coronel Luiz Gonzaga de Oliveira Júnior, do segundo batalhão de choque da Polícia Militar.

Por sua vez, o promotor Paulo Castilho, ferrenho defensor do modelo de torcida única, espera um grande número de corintianos neste domingo no Morumbi. "Chutando, acredito que de 15% a 20% do público vai ser formado por torcedores do Corinthians", declarou ele.

Castilho também não se preocupa com os infiltrados. "Esse torcedor não é violento, não é desordeiro. Vai, assiste ao jogo em silêncio e volta para casa tranquilo. Não temos nada contra a presença dele nos estádios", disse Castilho.

Tanto o tenente-coronel como o promotor descartam a ideia de as instituições nas quais trabalham concordarem em breve com a volta dos clássicos com duas torcidas. Eles apontam uma redução drástica na violência em jogos entre os principais rivais estaduais desde a implantação do modelo atual para justificar a decisão.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.