Opinião: guerra na base reflete omissão de presidente do Corinthians
A guerra deflagrada pelo poder nas categorias de base do Corinthians reflete, na opinião deste blogueiro, a omissão de Roberto de Andrade. Não tivesse o presidente do clube permitido que Andrés Sanchez indicasse apadrinhados para diversos setores do clube sem critérios técnicos a situação não teria chegado a tal ponto.
Já foram diversas trocas no comando do departamento de formação de atletas, a maioria motivada por pressões internas que têm tudo a ver com a influência de Sanchez no Corinthians.
Quando Andrade tenta retomar o poder em alguma área colocando gente de sua confiança há conflito com o pessoal de Andrés.
Foi o que aconteceu agora com a nomeação de Carlos Nujud, o Nei, para dirigir o futebol amador. Ele afastou Coelho do cargo de técnico do Sub-20, categoria vital para o time profissional, por considerar o ex-jogador inexperiente. Só que o ex-lateral é pupilo de Andrés desde o tempo em que era atleta. Só por isso vai seguir como auxiliar na comissão técnica, o que gera críticas no departamento. Assim, o tiroteio interno segue forte. Não há paz e estabilidade para se trabalhar.
Se o diretor da base é alinhado com o presidente, seu adjunto, Jacinto Antonio Ribeiro, o Jaça, é unha e carne com Andrés, além de ser considerado por conselheiros influentes mais poderoso do que seu superior. Ou seja, mais uma vez a Andrade não tem domínio completo da situação.
Enfraquecido no poder enquanto esteve ameaçado de sofrer impeachment, Roberto fez acordos com diferentes alas políticas e tem até oposicionistas na diretoria.
O clube é um eterno barril de pólvora. O presidente costuma assistir às batalhas de binóculos, de seu gabinete na loja de carros da qual tem participação societária. O dirigente não demonstra o empenho necessário para arrumar a casa.
Não é a primeira vez que se sente a ausência de Andrade em situações críticas. Foi assim quando demorou para se manifestar sobre a tentativa de contratar Drogba, enquanto o diretor de futebol, Flávio Adauto, minava a negociação, por exemplo.
A impressão que se tem é que o presidente apenas torce para o tempo passar e deixar os pepinos para seu sucessor.
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