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Ceni é mais criticado por entrevista do que por desempenho do time

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13/05/2017 04h00

O dia seguinte à eliminação do São Paulo na Copa Sul-Americana diante do Defensa Y Justicia, na última quinta (11), foi marcado mais por críticas internas a Rogério Ceni por sua entrevista depois do jogo do que pela atuação da equipe. A maior parte das queixas vem de conselheiros. Ao blog, sem gravar entrevista, um dirigente do clube também se queixou das palavras o treinador e classificou as respostas como infelizes.

A reclamação central é de que o ex-goleiro não teria assumido que a equipe jogou mal. Outra queixa é de que usou números para tentar disfarçar o fraco desempenho. Na opinião dos críticos, Ceni tem crédito para seguir no comando do time, mas precisa se expressar de maneira mais realista.

Durante a entrevista, o treinador afirmou, por exemplo, que o aproveitamento da equipe sob seu comando é de 59%, o que não pode ser considerado ruim se comparado ao Brasileiro. Só que o torneio nacional é disputado por equipes em sua maioria teoricamente mais fortes do que as do Estadual. Disse também que não foi a pior partida da São Paulo no ano.

Pelo menos até agora, as críticas ao discurso do treinador não são acompanhadas de pedidos por sua demissão.

A cúpula tricolor blinda o técnico e não dá sinais de fritura. O entendimento é de que o importante nesse momento é apoiar Ceni demonstrando confiança no seu trabalho.

A Independente, principal organizada são-paulina, escreveu em sua conta no Twitter mensagem de apoio ao técnico: "fechado com o Mito". E direcionou sua revolta para os atletas: "os jogadores do São Paulo estão contra a reforma trabalhista. Ninguém quer trabalhar".

"Certamente, o Rogério deve ter mais tempo do que qualquer outro técnico teria. Estou confiante de que vamos melhorar", disse ao blog José Eduardo Mesquita Pimenta, candidato de oposição derrotado na última eleição para a presidência e atualmente membro do Conselho de Administração do São Paulo.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.