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Opinião: demissão de Ceni soa como confissão de erro por parte da diretoria

Perrone

03/07/2017 16h02

A diretoria do São Paulo precisava reagir diante da má fase do time. Porém, demitir Rogério Ceni na metade de sua primeira temporada na carreira de treinador soa como confissão de erro dos cartolas ao contratá-lo e sinal de que a diretoria não tinha convicção no projeto que montou.

Ao optar por um técnico novato, qualquer clube está sujeito a uma demora maior para obter bons resultados. Principalmente se ele começa um trabalho praticamente do zero, caso de Ceni e não do corintiano Fábio Carille, que aproveitou boa parte da estrutura montada na era Tite.

A diretoria tricolor não era obrigada a contratar Ceni para treinar sua equipe principal. Poderia ter dado a ele um cargo nas categorias de base e um projeto para chegar ao mais alto posto com uma certa bagagem. Assim, se o ex-goleiro não deu certo, claro que quem o escolheu tem enorme culpa nos maus resultados.

Se houvesse convicção no plano montado para Ceni, a direção tricolor não roeria a corda agora. Trabalharia para corrigir os erros de mãos dadas com o treinador, confiante de que a melhora aconteceria.

Mas, como o alicerce de seu planejamento não era sólido, resolveu partir para outra com medo de ver o time criar raiz na zona de rebaixamento do Brasileiro.

Este blogueiro não criticou a contratação de Ceni. Esperava que ele fizesse trabalho bem melhor do que o feito até aqui. Óbvio que o ex-goleiro foi prejudicado pelas recentes mudanças no elenco são-paulino, prejuí­zo que deve ser creditado à diretoria.

No final, fica a impressão de que os cartolas não sabiam muito bem o que faziam quando entregaram a prancheta para Ceni. Parece que foi na base do "vamos arriscar. Se der errado, mudamos tudo."

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.