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Opinião: Tite mudou rumo da carreira de Paulinho com nova chance na seleção

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14/08/2017 09h37

A contratação de Paulinho pelo Barcelona simboliza quanto uma convocação para a seleção brasileira pode mudar a vida de um jogador. Quase esquecido na China, o volante voltou a atuar pelo Brasil mais pela confiança depositada nele por Tite do que pelo seu rendimento naquele momento.

O jogador aproveitou a chance e se transformou num dos principais jogadores da equipe. Virou fundamental para a seleção e fez por merecer sua volta à elite do futebol.

Apesar de seus enormes méritos pessoais, o ex-corintiano deve agradecer a Tite pelo fato de aos 29 anos ter a maior oportunidade de sua vida. Se suas atuações estivessem restritas ao futebol chinês, por melhor que fossem, dificilmente ele chamaria a atenção do Barça ou de outro gigante europeu. Certamente não encontraria alguém disposto a pagar 40 milhões de euros (cerca de R$ 151 milhões).

Agora Paulinho terá o maior desafio de sua carreira. Depois de não decolar no Tottenham, tem o que pode ser sua derradeira chance de mostrar ser um jogador de ponta na Europa.

A missão é mais desafiadora do que brilhar na seleção brasileira porque no time nacional ele conta com um técnico que conhece muito bem suas virtudes e defeitos e que montou um esquema no qual ele tem papel fundamental. No Barcelona tudo será novo. A cobrança será diária, enquanto a seleção se reúne de tempos em tempos. Pela solidez de esquema tática que o Barça já possui, a tendência é que ele seja menos decisivo do que é na seleção. Ou seja, terá que lutar mais para se destacar.

Porém, se conseguir brilhar tanto no Barcelona como tem feito na seleção, Paulinho vai alcançar um patamar que talvez ele mesmo não esperasse mais.

Para Tite, a transferência pode ser ótima ou péssima. Se o volante deslanchar na Catalunha, a seleção brasileira ganha pelo fato de ele trocar o futebol chinês por competições de primeira linha. Se ficar na reserva, poderá perder ritmo de jogo e ter seu desempenho pelo Brasil afetado perto da Copa do Mundo da Rússia.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.