MPF cita verba da União na Rio-16 como agravante em suposta compra de voto
Na denúncia do suposto esquema de compra de voto na escolha do Rio como sede olímpica, o Ministério Publico Federal-RJ reforça a gravidade da acusação com o fato de o evento ter recebido dinheiro do governo federal. Para os procuradores, uma quadrilha, com a participação do ex-governador carioca Sérgio Cabral, tinha interesse na realização da Rio-2016 para lucrar com contratos públicos e propinas.
Em dois trechos da acusação de 129 páginas apresentada pelo MPF-RJ são citados recursos federais repassados para que a realização da Olimpíada fosse possível.
O Ministério Público afirma que, entre 2014 e 2015 e foram feitos saques na conta do Comitê Olímpico Brasileiro, presidido por Carlos Arthur Nuzman, no valor de R$ 1.421.903. E em seguida diz que "vale lembrar que a União abriu crédito extraordinário de R$ 2.900.000" para auxilio financeiro do Estado do Rio de Janeiro para segurança pública a fim da realização dos jogos.
Na sequência, diz que o Ministério do Esporte realizou convênios com o Comitê Olímpico Brasileiro e com o Comitê Paralímpico Brasileiro. São citados oito casos que somados renderam repasse bilionário.
Os promotores também declaram que com a realização da Olimpíada, o "grupo político capitaneado por Sérgio Cabral teve ampla possibilidade de capitalizar-se politicamente e receber milhões em investimentos para obras públicas". A acusação aponta ainda que diversas obras anunciadas como legado olímpico renderam milhões em pagamentos de propina a Cabral e membros da suposta organização criminosa. Como exemplos, são citados o Maracanã, a Linha-4 do Metrô e o arco metropolitano.
Interessado em que empresas nas quais tem participação fossem contratadas para executar obras relacionadas aos Jogos, o empresário Arthur Soares teria providenciado o pagamento de US$ 2 milhões para assegurar o voto de membros africanos do COI (Comitê Olímpico Internacional). O valor seria devido em propinas ao ex-governador. Esse acordo teria sido entabulado por Nuzman, que por meio de seu advogado nega ter cometido irregularidades.
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