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Agente propôs acerto de luvas de Pablo com dinheiro vindo do Bordeaux

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28/11/2017 04h00

Numa das últimas tentativas de acertar a permanência de Pablo no Corinthians, Fernando César, empresário do jogador, fez uma proposta por escrito ao Corinthians que envolveria o Bordeaux. A ideia era que o time francês antecipasse o pagamento de uma quantia que ainda tem que repassar pela compra dos 15% dos direitos econômicos de Malcom que ainda pertenciam ao alvinegro.

Com a antecipação, o dinheiro iria para Pablo, a fim de solucionar um dos principais entraves da negociação. O empresário do jogador exigia 40% do valor referente às luvas à vista. O restante seria pago junto com o salário registrado em carteira de trabalho. No entanto, a direção corintiana não aceitou a sugestão de envolver a quantia vinda da França. O blog não teve acesso aos valores pedidos pelo zagueiro.

Como mostrou o blog, o estafe de Pablo queria uma "bolada" à vista alegando temer atrasos na quitação das luvas e até que o novo presidente do clube, a ser eleito em fevereiro, discordasse do combinado. Um repasse feito pelos franceses, evitaria o risco de calote na opinião do estafe do beque.

Em setembro, o Bordeaux acertou a compra parcelada dos 15% dos direitos de Malcom por 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 17, 3 milhões).

Diante da negativa corintiana, o agente então afirmou para a diretoria corintiana que o Bordeaux estaria disposto a vender apenas 75% dos direitos econômicos de Pablo. Para ficar com 100% dos direitos, o clube brasileiro teria que pagar 3 milhões de euros (aproximadamente R$ 11,5 milhões) no final de 2017. Se comprasse uma fatia de 75%, o alvinegro economizaria R$ 2.875.000. A ideia do empresário era de que o Corinthians desse ao menos parte desse dinheiro como entrada referentes às luvas do beque. Mas essa possibilidade também não foi aceita.

No entendimento da direção, Pablo queria privilégios, já que todos os jogadores fizeram acordos para receber as luvas parceladas e ninguém teve garantias contra atrasos. Os dirigentes afirmam também que o zagueiro queria ganhar o que ninguém recebe no elenco, versão negada pelo estafe do jogador. O discurso do lado do zagueiro é de que a quantia oferecida não foi entrave para o acordo, mas sim os prazos de pagamentos de luvas e comissão para o empresário.

Atualização

Depois da publicação deste post, o agente do zagueiro procurou o blog para contestar o argumento da diretoria de que ele pediu privilégios para seu cliente. "Pergunta: desde quando receber o que lhe é devido é privilégio? Desde quando tomar cautelas para receber o que lhe é devido é privilégio?", escreveu César em mensagem enviada por celular.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.