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Antes chamado de estudioso, Valentim agora é visto como teórico sem prática

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22/11/2017 04h00

Assim que Cuca deixou o comando do Palmeiras, após empate em dois gols com o Bahia, o então auxiliar Alberto Valentim ganhou um lobby feito por conselheiros de diferentes alas do clube para assumir o posto. Na ocasião ele era descrito como estudioso e moderno. Porém, nove jogos depois, passou a ser chamado de teórico e inexperiente por parte significativa dos mesmos membros do Conselho Deliberativo que o apoiavam.

Logo depois da derrota para o Avaí por 2 a 1, na última segunda (20), o ex-assistente foi detonado por conselheiros num aplicativo de troca de mensagens. Mas os críticos logo receberam a informação de que o presidente Maurício Galiotte havia decidido buscar um novo treinador para a próxima temporada.

Numa avaliação diferente da feita no momento da saída de Cuca, Valentim agora é citado como quem conhece bem a teoria, mas não consegue usar esse conhecimento na prática por falta de rodagem. Na opinião dos que não o querem treinando o alviverde em 2018, ele não conseguiu emplacar um esquema tático eficiente. A principal queixa é em relação ao sistema defensivo. Nas nove partidas sob seu comando, o Palmeiras levou 13 gols, média de 1,40 por partida. Antes de o ex-assistente treinar a equipe, o alviverde levava em média 1,07 gol por jogo no Brasileirão.

A definição de que Valentim não será o treinador em 2018, evita pressão em dose dupla sobre o presidente do clube. Ele já é cobrado por uma parte dos conselheiros, principalmente os ligados a Mustafá Contursi, para demitir Alexandre Mattos. O planejamento feito pelo executivo para 2017 é alvo de críticas. Especialmente pelo fato de o time ser caro e render abaixo do esperado. A busca por reforços nada baratos para o ano que vem já aumentou as queixas. Um dos casos citados é o de Lucas Lima, que sairá do Santos de graça, mas  que quer do seu próximo clube gordas luvas para compensar sua "liberdade".

 

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

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