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Candidatura de Andrés ameaça permanência de Alessandro no Corinthians

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21/11/2017 04h00

O lançamento da candidatura de Andrés Sanchez à presidência do Corinthians, feito na semana passada, deixou o gerente de futebol do clube, Alessandro Nunes, em situação delicada. Entre o final da temporada passada e parte da atual, o grupo do ex-presidente fez pressão pela demissão do ex-lateral. Por isso, é grande a chance de saída dele caso o deputado federal vença o pleito marcado para fevereiro do ano que vem.

Ao mesmo tempo, é normal nos clubes a oposição fazer mudanças no departamento de futebol quando vence a eleição. O discurso interno do opositor Antonio Roque Citadini é de avaliar o trabalho do gerente depois da eleição, caso sua chapa triunfe. Porém, a avaliação inicial é de que as informações a respeito do trabalho do funcionário são boas.

De acordo com pesquisas encomendadas por diversos grupos políticos corintianos,  Citadini e Andrés são os favoritos para assumir o posto de Roberto de Andrade. Assim, Alessandro dificilmente será mantido no caso de vitória do situacionista e tem futuro incerto se o opositor mais cotado ganhar. Isso apesar da campanha vitoriosa do alvinegro neste ano, com as conquistas dos campeonatos Paulista e Brasileiro.

Outro candidato de oposição, Romeu Tuma Júnior, disse ao blog que, se for presidente, pelo menos no início manterá Alessandro. "A eleição é só em fevereiro, então não vou mexer no futebol para não atrapalhar o time. Depois, vou avaliando o trabalho de cada funcionário. Quem for competente fica", declarou o oposicionista.

Posição semelhante tem o outro postulante à presidência, Felipe Ezabella, ex-integrante do Renovação e Transparência, grupo liderado por Andrés. "Nossa avaliação do trabalho dele é de que tem sido muito bom.  Mas uma avalição definitiva só conseguiremos depois de trabalharmos juntos. De início, Alessandro permanece, sim", disse o candidato.

As rusgas da ala comandada por Sanchez com Alessandro começaram no ano passado. Um dos principais pontos de atrito foi o fato de o gerente atuar com Andrade na contratação de Oswaldo de Oliveira sem informar Eduardo Ferreira, então diretor de futebol e homem de confiança do deputado federal.  O ex-dirigente se sentiu traído pelo ex-lateral por não ter sido avisado sobre a contratação e pediu demissão. Oliveira não era um nome que agradava a Ferreira e a Andrés. A dupla havia apostado em Cristóvão, que acabou demitido por conta dos maus resultados. Ferreira é cotado para voltar a dirigir o futebol corintiano, se Andrés ganhar.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.