Corinthians dá desconto a sócio e pode ter imbróglio na eleição como Vasco
Uma promoção feita pela diretoria do Corinthians para sócios que não vinham pagando suas mensalidades faz o clube correr o risco de ver sua próxima eleição parar na Justiça como ocorreu recentemente com o Vasco.
O problema acontece porque a diretoria anunciou na última sexta (1/12) que sócios inadimplentes terão desconto de 50% na taxa de reativação do título, se pagarem também a mensalidade de janeiro à vista. O desconto para planos familiares é de R$ 600, equivalente a 50% do valor integral. Acontece que o artigo 44 do estatuto alvinegro proíbe "qualquer anistia financeira" para associados a partir de 12 meses antes da eleição. Parcelamentos de débitos estão vetados nos três meses anteriores ao pleito. A escolha do próximo presidente corintiano está marcada para 3 de fevereiro. O desconto vale até 10 de dezembro. Assim, no entendimento da diretoria, quem reativar seu título até domingo poderá votar.
A oposição avalia que o desconto é anistia e já há quem fale na possibilidade de uma ação judicial para impedir os beneficiários da promoção de votarem. Por sua vez, a situação afirma que a anistia só ficaria configurada com o perdão total da dívida.
"Juridicamente, anistia em termos financeiros é o perdão da dívida total ou parcial. Estamos preparando uma representação na comissão eleitoral do clube para impedir isso. Além de ferir o estatuto, como ficam as pessoas que pagaram o valor integral para reativar seus títulos?", disse Ricardo Maritan. Ele é sócio e candidato ao Conselho Deliberativo pela chapa Resgata Corinthians.
Felipe Ezabella, ex-membro do Renovação e Transparência, grupo situacionista, e candidato à presidência, diz que o que fere o estatuto é a inclusão na lista de votantes dos sócios que desfrutarem do desconto menos de 12 meses antes da eleição. "Falta mais do que transparência para esse pessoal. Precisamos acabar com a 'lei de Gérson' no clube. Os presidentes dos conselho, da comissão eleitoral e do clube já estão cientes. Se não resolverem, na segunda-feira tem reunião da comissão eleitoral e vamos tirar essas pessoas da lista (de aptos a votar", declarou Ezabella.
A última eleição do Vasco teve uma urna separada pela Justiça após o opositor Fernando Horta apontar a suposta inscrição irregular de sócios que nunca teriam quitado suas mensalidades. Eurico Miranda só consegue se reeleger com os votos da urna suspeita. O caso está na Justiça.
"Não queremos que aconteça no Corinthians o que aconteceu no Vasco. Vai ser ruim para a imagem do clube se a eleição for parar na Justiça. Por isso tentei falar com o presidente (Roberto de Andrade) para avisar que essa medida pode dar problema e sugerir que ele mude de ideia, mas não consegui. Fui avisado que vão entrar com uma representação na segunda. A partir daí, vamos analisar o caso", afirmou Miguel Marques e Silva, presidente da comissão eleitoral.
Neste sábado, Romeu Tuma Júnior, um dos candidatos à presidência pela oposição, disse ao blog que já protocolou uma representação na comissão eleitoral. "Falo (no documento) que houve fraude ao estatuto e estelionato eleitoral com esse desconto", contou Tuma Júnior.
"É a 'black friday do Corinthians. Não tem nada de irregular. Anistia é o perdão da dívida, não é isso que está acontecendo. Foi dado um desconto. Querem proibir? Vão tirar os R$ 300 mil que já entraram nos cofres do clube (com a promoção)? O que interessa é essa arrecadação", argumentou André Luiz Oliveira, primeiro vice-presidente corintiano. Porém, os opositores alegam não ser necessário cancelar o desconto, mas apenas impedir os beneficiários de votar. Para a oposição, a direção adotou a medida para incluir mais eleitores de seu candidato, Andrés Sanchez.
Também postula a presidência o opositor Antonio Roque Citadini.
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