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Dorival ganha elenco e sombra ao mesmo tempo

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27/02/2018 09h20

A diretoria do São Paulo está extremamente descontente com Dorival Júnior. Mesmo assim, optou por manter o treinador no cargo após o empate sem gols com a Ferroviária, no último domingo. O que mais pesou para a decisão, conforme apurou o blog, foi o pedido de jogadores para que o comandante continue.

Com a manutenção, automaticamente, a direção divide a responsabilidade com os atletas, que passam a ser mais cobrados. Os dirigentes também evitam o risco de serem acusados de prejudicar a preparação do time antes do jogo com o CRB, nesta quarta, pela Copa do Brasil, em caso de fiasco.

O posicionamento de Raí, defensor da tese de que treinadores precisam de tempo para trabalhar, também pesou.

Apesar de se segurar no cargo, Dorival está longe de ter estabilidade assegurada. Dificilmente ele sobreviverá a um eventual novo tropeço. Antes do jogo contra o time de Araraquara, a diretoria já havia deixado claro para o funcionário que entendia não haver mais espaço para o clube perder pontos diante de equipes com orçamentos inferiores.

Ao mesmo tempo em que ganha o apoio do elenco, Dorival passa a conviver com a sombra de André Jardine. O treinador das categorias de base deve ser anunciado como membro da comissão técnica. Parte da diretoria entende que é importante ele viver a rotina do time principal para minimizar danos caso o treinador seja demitido e haja demora para a contratação de um substituto. Assim, a presença de Jardine na comissão técnica daria fôlego para a direção no caso de a demissão de Dorival ser consumada. Imediatamente, ele assumiria como interino. Seu trabalho é reconhecido pela torcida, o que em tese daria tranquilidade para a busca de um comandante mais experiente.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.