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Em reunião estafe da Caixa relata pressão para cobrar Corinthians por arena

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07/02/2018 04h00

Em reunião com a direção do Corinthians na última segunda (5), representantes da Caixa Econômica contaram sofrerem cobrança interna e externa para serem mais duros na exigência de que o contrato de financiamento da arena do clube seja cumprido rigorosamente, sem atrasos.

Conforme apurou o blog, o discurso foi de que a pressão existe porque o banco não adotou as medidas previstas contratualmente nos momentos em que o acordo foi descumprido. O fundo responsável pelo estádio chegou a ficar aproximadamente um ano e meio sem pagar as prestações enquanto discutia mudanças no financiamento. A Caixa concordou com o não pagamento evitando sanções previstas. A principal delas é executar garantias de pagamento dadas no acordo por Odebrecht e Corinthians. No caso do clube, há o terreno do Parque São Jorge comprometido.

Na última segunda, a "Folha de S. Paulo" e "O Globo" noticiaram que a Caixa ameaçou executar as garantias, o que o clube nega ter ocorrido. A medida drástica seria justificada por esse cenário de pressão relatado na reunião da qual participou Luis Paulo Rosenberg, diretor de marketing corintiano.

Também segundo apuração do blog, parte da pressão externa vem do Banco Central, que supervisiona as atividades das instituições financeiras do país.

O blog tentou falar com os representantes do banco que participaram do encontro, mas assessoria de imprensa da Caixa respondeu que por lei não pode comentar assuntos que envolvam o contrato.

Independentemente do estádio corintiano, a Caixa vive momento delicado por causa de acusações de corrupção contra dirigentes do banco feitas pelo Ministério Público Federal.

Vale lembrar que quando o banco aceitou ser intermediário do financiamento de R$ 400 milhões liberados pelo BNDES para a construção da casa corintiana, o Governo Federal era comandado pelo PT. Sanchez já era filiado ao partido do qual hoje é deputado federal. A saída do Partido dos Trabalhadores do governo, porém, não é apontada pela direção corintiana como fator complicador na relação com a Caixa.

Fechar um novo acordo com o banco é uma das prioridades de Andrés, que voltou a presidência do clube no último sábado.

 

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.