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Quem vai ressarcir o Corinthians em caso de derrota de R$ 400 milhões?

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18/02/2018 10h28

O Corinthians tem condições de reverter na Justiça a decisão que torna imediato o pagamento do financiamento de R$ 400 milhões para a construção de seu estádio. Porém, o clube precisa agir com urgência para se prevenir contra um eventual desastre.

Já deveria estar em curso um estudo sobre a viabilidade de fazer os responsáveis pelo negócio cobrirem um eventual rombo com seu patrimônio.

Em caso de condenação em última instância, o alvinegro pode até perder os terrenos em que fica sua sede, o Parque São Jorge. Se isso acontecer, ficará claro que para a Justiça dirigentes colocaram o clube numa operação irregular. Nesse caso, nada mais justo do que os responsáveis pagarem do próprio bolso o prejuízo.

A Justiça indica que esse é o caminho ao colocar o ex-presidente da Caixa Econômica Jorge Fontes Hereda entre os que devem pagar já para o banco a dívida referente ao empréstimo de R$ 400 milhões junto ao BNDES.

Porém, no Corinthians a situação é complexa. O atual presidente, Andrés Sanchez, foi um dos idealizadores da operação. Ele segue defendendo a lisura do negócio. Impossível imaginar que ele agiria para usar seu próprio patrimônio para ressarcir o clube.

Sanchez disse recentemente que não fez nada sozinho já que o Conselho Deliberativo aprovou a negociação. Verdade. Então, esses conselheiros, em tese, também devem ser cobrados para ressarcir o Corinthians em caso de prejuízo. O assunto rende um extenso debate jurídico.

Como boa parte do conselho é a mesma que aprovou a operação, cabe a sócios e novos membros do conselho iniciar o movimento preventivo para evitar que o clube seja o maior prejudicado no final das contas.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.