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Opinião: São Paulo erra ao dar contrato curto para Aguirre

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11/03/2018 14h44

Tudo que o São Paulo não precisava era de um treinador com garantia de apenas nove meses. Assinar contrato só até dezembro com Diego Aguirre significa que a diretoria tricolor continua imediatista. Tudo bem que Dorival Júnior tinha assinado por 17 meses e ficou pouco mais da metade desse período no cargo. Mas o prazo combinado com seu sucessor não mostra preocupação com a implantação de uma estrutura de trabalho contínua. A menos que ele só esteja esquentando o banco para André Jardine assumir em 2019. No entanto, nesse caso seria melhor já dar a prancheta para o novato.

A impressão é de que a principal intenção com Aguirre é dar um choque instantâneo no elenco. E o futuro? Seja o que Deus quiser. Se ele for bem pode assinar um novo contrato no final do ano, mas se não for, de novo, os são-paulinos terão que recomeçar do zero. Ou da metade do caminho, se o auxiliar Jardine for escolhido como herdeiro de Aguirre.

Primeiro, o novo treinador precisa sobreviver mais do que seus antecessores. Rogério Ceni caiu com seis meses de trabalho. Dorival durou cerca de oito meses.

Além de mostrar que não pensa a longo prazo em Aguirre, a diretoria tricolor dá motivos para sua torcida ficar com um pé atrás. O torcedor tricolor pode se perguntar por que ofereceram um contrato curto ao técnico? A direção desconfia da capacidade de quem acabou de contratar?

O compromisso só até dezembro com o novo treinador, também pode ser sinal de uma inversão preocupante. Será que em vez de Raí mudar o pensamento de seus chefes, os cartolas é que estão mudando as convicções do ex-jogador? Afinal, até aqui, o que se sabia era que o ex-meia defendia trabalhos mais duradouros.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.