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Futebol do Flamengo gastou R$ 73,7 mi a mais que campeão brasileiro em 2017

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23/04/2018 11h24

Sexto colocado no Brasileirão de 2017, o Flamengo gastou operacionalmente no ano passado com seu departamento de futebol R$ 73.714.000 a mais do que o campeão Corinthians. A diferença pode ser constatada pela comparação entre os balanços financeiros dos dois times.

A equipe carioca registra como despesa operacional geral do futebol R$ 351.687.000. Já o alvinegro anotou gasto de R$ 277.973.000 em 2017.

Com salários e benefícios de funcionários da área, incluindo jogadores, o rubro-negro contabiliza despesa R$ 164.989.000 diante de R$ 158.687.000 dos corintianos.

Diferença mais significativa aparece na rubrica "despesas com terceiros". Os alvinegros marcam R$ 16.512.000, enquanto os flamenguistas marcam R$ 59.958.000.

O Corinthians apresenta  R$ 46.710.000 como custos com venda e aquisição de atletas, mas seu concorrente não registra item com essa nomenclatura no quadro de despesas operacionais. Os paulistas ainda apontam R$ 29,803.000 relativos a depreciação e amortização de direitos referentes a atletas contra R$ 64.226.000 dos cariocas.

Em outro quadro, identificado como investimentos no ativo intangível, o Flamengo revela que desembolsou R$ 64.774.000 na contratação de Everton Ribeiro, Berrio, Rodolfo, Diego Alves, Geuvânio,  Rômulo e Renê. Everton foi o mais caro com R$ 31,7 milhões por 100% dos direitos. Em segundo lugar aparece Berrio, que custou R$ 13,8 milhões. O Flamengo tem 80% dos direitos econômicos dele. O documento aponta que as quantias incluem valores necessários, sem explicar quais são.

Por sua vez, o Corinthians registra como negociação mais cara a compra de 40% dos direitos de Clayson por R$ 4.375,000.

Ao mesmo tempo em que gastou mais, o Flamengo apresentou receita maior em relação aos corintianos. Pesa nesse quesito o fato de as rendas dos jogos do alvinegro não entrarem na conta, pois vão diretamente para o pagamento da construção de sua arena.

A receita bruta com futebol obtida pelo time da Gávea em 2017, contando venda de jogadores, foi de R$ 599.764.000. Já a equipe da zona leste paulistana anotou receita R$ 357.585.000, também calculando a negociação de atletas. Nos dois casos, as quantias não levam em consideração a dedução de impostos.

Fundamentais para a vantagem rubro-negra nesse quesito foram R$ 183.069.000 embolsados com a venda de atletas. Só a negociação de Vinícius Júnior com o Real Madrid aparece registrada em R$ 150.432.000. Porém, o documento aponta que em 31 de dezembro de 2017 os brasileiros ainda tinham para receber R$ 53.788.000 milhões.

O repasse de direitos econômicos de jogadores rendeu bem menos para o atual campeão brasileiro: R$ 97.831.000.

Nesse cenário, o futebol do Corinthians fechou o ano com déficit de R$ 3.817.000. Os flamenguistas exibem no mesmo departamento superávit de R$ 220.025.000.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.