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Opinião: palmeirenses precisam esquecer Corinthians para darem paz a Roger

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20/05/2018 09h40

Roger Machado vive no Palmeiras a situação mais incompreensível do futebol brasileiro no momento. Seu time tem a melhor campanha da primeira fase da Libertadores, briga pela ponta do Brasileirão e acaba de ser vice-campeão paulista. Mesmo assim, a principal torcida organizada palmeirense, a Mancha, pede sua cabeça. Parte dos conselheiros abraça a ideia. Tudo, aparentemente por não aceitarem a derrota em casa na final do Estadual para o Corinthians e a nova queda em Itaquera pelo Nacional.

Os atos hostis de torcedores contra o próprio time só dão mais visibilidade aos feitos corintianos e tumultuam o alviverde.

A diretoria palmeirense também não colaborou. A forma com que os cartolas conduzem suas queixas contra a suposta interferência externa na final do Paulista não ajuda o clube.

O Palmeiras está certo por brigar pelo que acha justo nos tribunais. Porém, deveria ser mais discreto. As entrevistas de Maurício Galiotte chamando o campeonato de Paulistinha e a publicidade excessiva dada a algumas medidas, como a contratação da Kroll, só esticam o assunto. Os torcedores revivem a derrota, aumentam a sua raiva e parte deles despeja a ira no técnico e em jogadores, como Lucas Lima.

Pra piorar, historiadores e conselheiros colocam em pauta quem tem mais vitórias no confronto direto: Corinthians ou Palmeiras. Essa obsessão pelo alvinegro não é salutar para o alviverde.

Se o Palmeiras crê que entram na conta do confronto as pequenas partidas pelo Torneio Início, basta registrá-las em sua contabilidade, sem alarde. Um movimento para isso serve mais para os adversários fazerem troça do que qualquer outra coisa.

O alviverde vive um momento confortável financeiramente, levantou um Brasileiro recentemente, tem um dos elencos mais fortes do país e segue na briga por títulos. É muita coisa boa pra se preocupar demais com o rival e produzir problemas internos. Passou da hora de torcida e cartolas esquecerem o alvinegro e darem paz a Roger Machado.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.