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Opinião: Tite precisa achar equilíbrio entre concentração aberta e fechada

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30/06/2018 06h53

Equilíbrio é o que Tite espera da seleção brasileira em campo. Também é, na opinião deste blogueiro, o que ele deveria buscar entre concentração  aberta e fechada.

Impressiona o trânsito que familiares e amigos de jogadores têm no hotel do time nacional em Sochi. Os atletas ainda são expostos a hóspedes caçadores de selfies e autógrafos. Provavelmente há os que não se sentem à vontade.

As portas abertas do quartel general da seleção na Rússia são tema de debate entre jornalistas.

Em parte, o estranhamento tem a ver com a cultura careta e ultrapassada do futebol brasileiro de trancafiar seus atletas antes das partidas.

A maioria das discussões sobre o assunto passa pelo raciocínio de que se o Brasil for hexa o modelo terá sido perfeito. Mas, em caso de fracasso, será considerado um dos culpados.

Não é simples assim. A questão se concentra na busca de Tite por um meio termo. Uma fórmula que permita o convívio dos jogadores com parentes, amigos e até um pouco com torcedores, mas que ao mesmo tempo estimule a convivência entre os atletas.

Ter a família por perto é bom. O problema é se o excesso de contato com o mundo exterior inibir as relações entre os jogadores.

Tite é inexperiente em Copa do Mundo, mas é velha raposa no futebol. É de se esperar que ele saiba da importância do equilíbrio entre regime aberto e fechado e que ele coloque isso em prática. Porém, por enquanto, a impressão deste blogueiro é de que o grupo precisa de um pouquinho mais de privacidade para fortalecer seus laços e pensar mais na Copa.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.