Acusações de irregularidades ameaçam Santos de encarar nó jurídico
A série de acusações de irregularidades no processo de impeachment de José Carlos Peres, feitas pelos dois lados, ameaçam o Santos de encarar um nó jurídico.
Às vésperas da votação dos sócios para selar o destino do dirigente, situacionistas e opositores enxergam argumentos para questionar o pleito na Justiça.
Do lado de Peres, há uma queixa sobre a reunião do Conselho Deliberativo que aprovou dois pedidos de afastamento dele. A reclamação é relacionada ao fato de os membros da Comissão de Inquérito e Sindicância, sem direito a voto, terem assinado a lista de presença. Seus nomes, porém, não contaram para calcular o quórum.
O presidente do clube entende que a participação deles deveria ser contabilizada. Se isso tivesse ocorrido, o número mínimo de votos exigidos para o impeachment não teria sido alcançado. O grupo do dirigente estuda se irá à Justiça para tentar anular o resultado da reunião.
Outro motivo de confusão está ligado à relação de sócios que poderão votar no próximo sábado. O presidente vê suspeitas de irregularidades na habilitação de associados para participar do pleito. A diretoria registrou um boletim de ocorrência e entregou documentos à polícia.
Em tese, a investigação policial pode dar motivo para Peres contestar um eventual resultado negativo nas urnas, questionando a habilitação de diversos sócios.
Desconfiando que gente interessada no impeachment estava pagando mensalidades de sócios em atraso em dinheiro para não deixar rastros, Peres proibiu a quitação em cash. Associado inconformado acionou o Procon, que considerou a prática ilegal. Mesmo assim, a diretoria manteve a proibição.
O episódio dá margem para quem não conseguiu pagar as taxas ir à Justiça na tentativa de impedir a votação ou questionar o resultado. Os opositores são os principais interessados no questionamento sobre o veto a dinheiro nos pagamentos.
"Por enquanto, nada interfere na assembleia", disse ao blog o presidente do Conselho Deliberativo do Santos, Marcelo Teixeira, em relação ao risco de ações prejudicarem a votação.
Se o resultado da votação ou da reunião do conselho forem questionados, o Santos deverá amargar uma dura disputa nos tribunais sobre quem comanda o clube.
A oposição diz ainda estudar pelo menos mais um pedido de impeachment, além dos dois atuais, caso Peres saia vitorioso no sábado.
Outro fator que ameaça a governabilidade no clube é uma crise no Comitê de Gestão (CG). Com nove cadeiras disponíveis, o órgão tem hoje apenas cinco membros, após quatro renúncias. É o número mínimo para que o grupo possa se reunir e tomar decisões. Os novos indicados precisam ser aprovados pelo Conselho Deliberativo. Sucessivas recusas de nomes podem travar o funcionamento do CG.
De acordo como o estatuto do Santos, o comitê é o órgão responsável pela administração e gestão executiva do Santos.
Nesse caldeirão ainda ferve a briga entre Peres e seu vice-presidente, Orlando Rollo. Com frequência ambos se atacam publicamente.
Para muitos conselheiros, o alvinegro vive a pior crise da sua história. "As crises políticas ocorrem em quase todos os clubes, com maiores ou menores proporções. A questão é em tão pouco tempo de gestão ter divergências e problemas de relação entre presidente e vice, além dos erros que geraram processos que estão sendo avaliados pelo quadro associativo", analisou Teixeira. Presidente do conselho e ex-presidente do clube, ele é uma das principais lideranças políticas na Vila Belmiro.
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