Repúdio a Bolsonaro gera discórdia na Gaviões da Fiel
Provavelmente você faz ou já fez parte de um grupo de troca de mensagens que entrou em colapso por conta da próxima eleição no Brasil. Nesta quarta-feira (19), foi a vez de a Gaviões da Fiel amargar a discórdia entre seus integrantes por causa de divergências políticas.
O estopim para a cizânia foi um texto escrito por Rodrigo Gonzales Tapia, o Digão, presidente da maior torcida organizada do Corinthians. O comentário foi reproduzido pelo "Blog do Juca Kfouri" com um título didático: "Gavião não vota em Bolsonaro".
Nele, o dirigente diz que as ideias do candidato do PSL à presidência são contrárias aos ideais democráticos da uniformizada. Em seguida, afirma que os apoiadores de Jair Bolsonaro devem repensar suas caminhadas na torcida. E, para ser mais claro, sugere que quem estiver na Gaviões por interesses pessoais e não por afinidade com a filosofia da torcida deve deixar a entidade.
A reação foi imediata. Associados passaram a cobrar outros diretores sobre a posição do presidente. Torcedores influentes ameaçaram entregar suas carteirinhas.
Digão foi "alvejado" por críticas internas e nas redes sociais, onde também recebeu apoio dos que não querem Bolsonaro como presidente.
Ao blog, a assessoria de imprensa da Gaviões afirmou que o presidente fez comentários pessoais em um perfil dele nas redes sociais. Informou ainda que não havia uma posição oficial da Gaviões sobre o tema.
Entre os que criticaram o papo reto de Digão está Ronaldo Pinto, ex-presidente da Gaviões. Ele publicou um textão em sua conta no Facebook para comentar o assunto. Disse que a mensagem do presidente da Gaviões contraria a democracia existente no país e que o comunicado não o representa.
O torcedor afirmou ainda que no primeiro turno votará em João Amoedo (Novo), mas apoiará Bolsonaro se ele chegar ao segundo com um candidato de esquerda.
Membro da velha guarda da torcida, Vladimir Magal Leite escreveu que deixa sua carteirinha de sócio à disposição da diretoria por discordar da mensagem do presidente.
Entre veteranos da Gaviões há o entendimento de que a entidade tem muitos assuntos para enfrentar em seu universo e no Corinthians (como cobranças à diretoria). Desta forma, precisa de união. Porém, o gesto do presidente pode provocar uma divisão que enfraqueça a torcida nessas batalhas.
Indagada sobre a turbulência provocada pela manifestação de Digão, a assessoria de imprensa da uniformizada negou que ela tenha acontecido. Assim como disse não ter havido movimento de sócios para entregar suas carteirinhas. Completou afirmando que o presidente não disse que quem votar em Bolsonaro tem que deixar a torcida, mas sim quem estiver na uniformizada para comprar ingressos entre outras metas pessoais. O blog mantém as informações publicadas.
Atualização
No final da tarde desta quinta (20), a Gaviões emitiu nota oficial reafirmando a posição contrária a Bolsonaro. Leia aqui o comunicado, aprovado pelo Conselho Deliberativo da torcida.
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