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Após Copa do Brasil, Corinthians vê temperatura política subir

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22/10/2018 09h49

O encerramento da Copa do Brasil foi a senha para opositores de Andrés Sanchez no Corinthians voltarem a fazer barulho no clube. A promessa é de que uma série de cobranças seja feita nos próximos dias.

Havia o entendimento entre oposicionistas de que o debate de temas espinhosos antes da final, vencida pelo Cruzeiro, poderia se ser usado como justificativa da direção para uma eventual derrota.

Na mira do oposicionistas estão contratações questionadas por conselheiros e torcedores, como as de Jonathan, Danilo Avelar e Roger. O plano é pedir esclarecimentos sobre os critérios usados para a montagem do time, valores gastos e pagamentos de comissões a empresários.

Outro alvo é o departamento de marketing, criticado por não ter conseguido patrocinador máster fixo, não resolver o impasse com a Odebrecht sobre obras que não teriam sido feitas na Arena Corinthians e nem negociar os "naming rights". Sanchez destacou Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing alvinegro, para cuidar da relação com a construtora.

O plano de opositores é cobrar do presidente os resultados do trabalho da diretoria de marketing neste ano. A questão é sensível pois Rosenberg é o principal diretor de Andrés.

Em outra frente há quem queira ressuscitar no clube a discussão sobre a eleição vencida por Sanchez. Segundo o Ministério Público, as urnas eletrônicas utilizadas eram vulneráveis. Até agora, porém, não houve contestação do resultado na Justiça e no Conselho Deliberativo.

Caso o pacote de pressão seja realmente despejado sobre Andrés, o dirigente terá que lidar com a turbulência política ao mesmo tempo em que o time tenta se distanciar da zona de rebaixamento do Brasileirão. Hoje, o alvinegro tem cinco pontos de vantagem sobre o Ceará, 17º colocado.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.