Opinião: após 'caso do replay', Globo deve explicar seu papel no Nacional
Na opinião deste blogueiro, em parte, a diretoria do Internacional tem razão ao reclamar da Globo no episódio do gol de sua equipe anulado contra o Santos na última segunda (22). Isso porque não cabe à emissora tomar medidas relativas ao trabalho dos árbitros.
Os colorados afirmam que, se a Globo decidiu não mostrar o replay do lance até o juiz se posicionar, deveria ter feito isso nos outros duelos da rodada, em especial na partida entre Palmeiras e Ceará. Por sua vez, a TV aponta que no jogo do alviverde não houve repetição de lance polêmico antes de o juiz se decidir.
Obviamente, o justo é o procedimento começar a valer para todos ao mesmo tempo. De preferência com um comunicado oficial antes das partidas para o torcedor saber o que se passa.
Ao tomar a decisão de segurar a repetição do lance em Porto Alegre (e em qualquer transmissão) para não influenciar a arbitragem, o Grupo Globo ultrapassou a fronteira do jornalismo e invadiu a área técnica e de gestão da competição.
Arbitragem é assunto para quem organiza o campeonato, no caso a CBF, e não para quem o transmite. É a confederação a responsável por coibir a interferência externa nas decisões dos árbitros.
Caso saibam da existência da prática das equipes de arbitragem de esperarem o replay para se posicionar, o Sportv e a Globo deveriam ter investido numa reportagem sobre o tema. Seria um golaço, um serviço para o futebol brasileiro. Do jeito que foi feito ficou parecendo pegadinha.
Outra questão é a situação do assinante que pagou para assistir ao jogo contando com uma série de confortos e ficou sem esse (o replay quase imediato). No lugar da informação instantânea, o cliente ficou com a dúvida até o juiz Ricardo Marques Ribeiro tomar uma decisão e a emissora liberar a imagem. O produto não foi entregue como vendido.
Em nota oficial, a Globo disse que "a transmissão da TV optou por não exibir o replay antes da decisão como é o protocolo da Fifa quando tem a produção de imagens com árbitro de vídeo". O Brasileirão não tem o uso do VAR.
O comunicado diz ainda que o procedimento de segurar o replay foi adotado na final da Copa do Brasil (com VAR), entre Corinthians e Cruzeiro. E que valerá a partir de agora para todas as partidas transmitidas pelo Grupo Globo, mesmo sem árbitro de vídeo. Leia a nota completa clicando aqui.
Diante do posicionamento da rede de televisão, para este blogueiro é necessário que a Globo explique melhor para o público o papel que espera exercer nos campeonatos que transmite. Elá se considera parceira da CBF e de outras entidades na gestão das competições? O esclarecimento é necessário para sabermos com que olhos devemos assistir aos jogos pela TV. E o que o consumidor pode esperar e cobrar da emissora.
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