'Rico', Palmeiras só tem Nacional para não perder de rival em taças no ano
A eliminação nas semifinais da Libertadores, diante do Boca Juniors, deixou ao Palmeiras apenas o Brasileirão como caminho para não terminar o ano atrás do Corinthians, seu principal rival, em termos de títulos.
O alvinegro, com menos receitas e enfrentando seguidos desmanches, faturou o Campeonato Paulista, justamente em cima dos palmeirenses no Allianz Parque. Um feito histórico.
Além disso, o clube da zona leste chegou à final da Copa do Brasil, competição em que o arqui-inimigo foi eliminado nas semifinais. Na Libertadores, o Corinthians caiu nas oitavas de final.
Normalmente, a comparação entre os dois times tem peso político nos clubes. Do lado alviverde, agora, alguns conselheiros de oposição consideram imperioso ter um resultado mais expressivo do que o adversário na temporada por conta do investimento maior feito na equipe.
Em termos comparativos, o Palmeiras terminou 2017 com um superavit de R$ 57.023.290,30. Já o Corinthians fechou o ano passado registrando deficit de aproximadamente R$ 35 milhões.
A receita total palmeirense com o departamento de futebol na temporada anterior foi de cerca de R$ 475,39 milhões contra R$ 358,1 milhões do adversário.
Uma das principais diferenças nos cofres dos rivais é que o alviverde conta com os robustos patrocínios da Crefisa e do Centro Universitário das Américas, enquanto o alvinegro não consegue uma marca fixa para o espaço mais nobre de sua camisa.
Em 2018, as diferenças continuam. Até agosto, o futebol corintiano havia arrecadado R$ 316,7 milhões. O Palmeiras não divulgou seu balancete referente aos oito primeiros meses do ano. Mas até março seu departamento de futebol já tinha embolsado aproximadamente R$ 144,2 milhões. Na média, o cálculo aponta receita mensal do Corinthians de R$ 39,58 milhões e de aproximadamente R$ 48 milhões do Palmeiras.
Também é registrada diferença nos gastos dos dois clubes com futebol. Até março, o alviverde teve uma despesa média mensal de R$ 52,3 milhões. Os corintianos, em oito meses, apresentam gasto médio de R$ 33,4 milhões a cada 30 dias.
Outro ponto que distancia as duas equipes e fez as previsões apontarem para um resultado alviverde muito superior em relação ao alvinegro é o fato de um clube ter segurado jogadores importantes na última janela de transferências e o outro não.
No Palmeiras o caso mais emblemático é o de Dudu. A diretoria recusou uma oferta chinesa de cerca de 12 milhões de euros (R$ 63,18 milhões em valores atuais) por ele que é um de seus principais jogadores.
Enquanto isso, o Corinthians vendeu Rodriguinho por US$ 6 milhões (R$ 22,18 milhões atualmente) e Balbuena pela multa rescisória de 4 milhões de euros (R$ 16,85 milhões na cotação atualizada).
No quesito reforços, o Palmeiras manteve a linha dos últimos anos de contratar jogadores badalados. Lucas Lima foi uma das principais novidades para 2018.
Ao mesmo tempo, o Corinthians fez apostas arriscadas e acabou empilhando jogadores contestados pela Fiel como Roger, Jonathas e Danilo Avelar.
Porém, todas essas vantagens palmeirenses ainda não se traduziram em títulos em 2018. Principais objetos de desejo da torcida, Libertadores e Mundial não vieram e ainda houve o sofrimento de amargar o Corinthians subindo no pódio na casa alviverde.
Mas, se há pressão para acabar o ano com uma conquista mais importante do que a corintiana, existe o entendimento entre pelo menos parte dos conselheiros defensores da atual gestão de que, mesmo com uma eventual perda do título brasileiro, o alviverde teria uma vantagem expressiva. A de praticamente já ter assegurado vaga na próxima Libertadores, algo fora da mira alvinegra. Isso sem contar a luta do rival para se afastar de vez da zona de rebaixamento do Nacional.
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