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SPFC elabora código de ética. Ato político está entre temas abordados

Perrone

06/11/2018 09h24

O São Paulo prepara um código de conduta e ética para ser seguido por seus funcionários, incluindo jogadores e comissão técnica. A ideia é apresentar a eles o documento em janeiro de 2019.

O objetivo principal é deixar clara para quem trabalha no clube a identidade e os valores da agremiação e como agir de acordo com esses ideais.

Um tema atual que será abordado pelo código é o comportamento em relação a manifestações políticas. Desde a última campanha para a presidência do Brasil, elas têm sido comuns entre jogadores que apoiam o presidente eleito Jair Bolsonaro.

No último domingo, Diego Souza comemorou seu gol contra o Flamengo homenageando o capitão. Parte da torcida criticou o atleta alegando que com o uniforme do clube ele não poderia se manifestar já que correria o risco de passar uma imagem diferente dos valores defendidos pela instituição.

O texto do novo código ainda não está fechado. Ele não deve se aprofundar em relação ao comportamento político dos funcionários já que não é considerado um tema central por seus idealizadores.

A tendência é de que a questão receba tratamento parecido ao dado no estatuto tricolor. O conjunto de regras do clube diz que é vedado aos associados promover manifestações de caráter político estranho ao São Paulo ou atos discriminatórios nas dependências do clube.

Para ser coerente com o estatuto, o código deve orientar jogadores e demais colaboradores a evitarem atos políticos como o feito por Diego Souza.

Uma comissão que tem a participação de Raí, diretor executivo de futebol, cuida do documento há cerca de três meses. Ou seja, a criação do código não foi motivada pela celebração de Diego Souza.

O documento também não é tratado como uma cartilha de comportamento. Na visão da diretoria se trata de peça fundamental para uma boa gestão e eficiente política administrativa.

Trabalhar a identidade do São Paulo para dentro e fora da instituição mostrando o que norteia suas decisões e o diferencia de outras agremiações é um dos principais conceitos da iniciativa.

O código também abordará governança corporativa, relação de funcionários, como jogadores, com associados, torcedores, fornecedores, imprensa, poder público, entidades esportivas e entre os colaboradores.

Entre outros assuntos, ainda cuidará de conflitos de interesse, assédio moral, violência psicológica, respeito à diversidade e definirá diretrizes sobre como agir em casos de desvio de conduta.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.