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Opinião: queda do River combina com bagunça no futebol sul-americano

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18/12/2018 17h42

A derrota do River Plate nos pênaltis para o Al Ain nas semifinais do Mundial de Clubes nesta quarta (18) é o puro reflexo da decadência do futebol sul-americano.

Antes, a pergunta era quando os times do continente voltariam a levantar a taça da competição. O Corinthians, em 2012, foi o último a alcançar esse feito.

Agora, é natural ver como incógnita a chegada dos vencedores da Libertadores às decisões do torneio. E não é por acaso. Outros mercados evoluíram, organizaram seus clubes e muitos deles têm mais dinheiro para contratar do que os times da América do Sul.

Ao mesmo tempo, a maioria das equipes sul-americanas enfrenta crise financeira e não são poucos que sofrem com cartolas irresponsáveis.

O símbolo da corrosão do futebol do continente é a última edição da Libertadores. Foi um show de horrores, com jogador suspenso atuando, mais atos de selvageria de torcedores e uma final que quase não terminou.

Zebra mesmo seria que o vencedor de tal competição bagunçada levantasse também o caneco mundial. A melancólica participação do River combina com a Libertadores de 2018. É um merecido castigo para o largado futebol do continente. E o triunfo do time dos Emirados Árabes, que joga em casa, ilustra a melhora da modalidade em certos locais fora do eixo tradicional.

Nesse ritmo, logo não será mais possível chamar de surpresa equipes africanas e asiáticas, por exemplo, levarem a melhor na competição diante de representantes da América do Sul.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.