Cota fixa de 12 milhões do BMG deixa direção do Corinthians pressionada
A descoberta de que o BMG pagará R$ 12 milhões anuais fixos ao clube, além de parte da receita obtida com serviços oferecidos para seus torcedores, deixou a diretoria do Corinthians pressionada por conselheiros da oposição, sócios e torcedores. Opositores já fazem uma série de questionamentos e pretendem debater o caso na próxima reunião do Conselho Deliberativo. A principal queixa é de que a direção não teria sido transparente. Isso porque só confirmou a quantia após a revelação de que a ata de uma reunião de acionistas do BMG, divulgada em um site do banco, tornava público o montante.
Umas das primeiras reações foi do grupo oposicionista denominado Frente Liberdade Corinthiana. Essa corrente encaminhou para Andrés Sanchez um requerimento solicitando do presidente alvinegro esclarecimentos sobre qual o valor anual a ser pago pelo banco. Encabeçado pelo conselheiro Maurício Nale Pinto Ferreira, o documento também pede um detalhamento sobre a forma de gerenciamento da parceria e dá prazo de três dias para a resposta. O comunicado ainda cita que os dirigentes têm o dever de divulgar de forma transparente informações sobre a administração do clube sob pena de praticar gestão irregular ou temerária aos olhos da lei.
Outra ala que se manifestou rapidamente foi o Movimento Corinthians Grande, que tem entre seus líderes Felipe Ezabella, um dos candidatos derrotados por Andrés na última eleição. O grupo publicou um texto em sua conta no Facebook no qual diz que "mais uma vez a falta de transparência impera nas negociações" do clube.
Em entrevista coletiva para detalhar o acordo, a direção havia afirmado que o BMG antecipou R$ 30 milhões, confiando no sucesso do formato que prevê um pagamento mínimo pelo patrocínio no peito da camisa, além de 50% dos lucros obtidos com investimentos feitos pelos torcedores por meio de uma plataforma específica. Porém, a diretoria não explicou que a taxa fixa é de R$ 12 milhões.
"Nas próximas reuniões do Cori (Conselho de Orientação) e do Conselho Deliberativo todos vão querer ver o contrato para entender o que eles não quiseram explicar", disse Ezabella ao UOL Esporte. Para o conselheiro Fran Papaiordanou, os membros do órgão ficaram em situação constrangedora ao saberem pela imprensa que a cota fixa é de R$ 12 milhões. "Ridículo, foi vexatório para nós. Eles falam uma coisa e depois descobrimos que fazem outra", declarou Fran.
O anúncio do patrocínio aliviava a tensão sobre Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing e que tinha a sua saída pedida pela oposição sob a crítica de não conseguir patrocinador máster e nem negociar os naming rights do estádio. Os acontecimentos desta sexta (25) acabaram com esse alívio.
Nas redes sociais, torcedores mostraram contrariedade com o caso e se disseram confusos mesmo depois de o clube divulgar uma nota oficial afirmando que na entrevista não revelou o valor da cota fixa porque havia sido combinado sigilo com o banco e explicando novamente detalhes da parceria.
Indagada pelo blog sobre os questionamentos feitos por conselheiros, a assessoria de imprensa do Corinthians afirmou que as respostas serão dadas aos conselheiros, não via imprensa.
Com Arthur Sandes, do UOL, em São Paulo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.