Espera por Cuca incomoda aliados de Leco no São Paulo
A forma encontrada pela cúpula do São Paulo para substituir André Jardine trouxe desgaste político ao presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, dentro da coalizão que apoia sua gestão. O cartola é criticado pela maneira como foram administradas as últimas horas de Jardine e até pelo fato de não ter consultado membros de grupos aliados sobre a decisão de esperar por Cuca. Raí, executivo de futebol, também é alvo dos disparos já que o tema está entre suas atribuições.
O blog ouviu três líderes de alas aliadas que se disseram descontentes. Mais dois conselheiros situacionistas afirmaram o mesmo. Um terceiro nome importante de apoio à situação preferiu não se manifestar sobre por participar diretamente da gestão. Todos falaram sob a condição de não terem seus nomes revelados.
As insatisfações começaram quando conselheiros viram Jardine dar entrevista coletiva sozinho após a eliminação na Sul-Americana diante do Talleres, sem as presenças de Raí e Leco. O sentimento é de que o técnico foi abandonado naquele momento.
Um dos principais motivos de incômodo é o fato de Leco e Raí terem aceitado esperar até abril para que Cuca assuma o comando do time efetivamente. Enquanto isso, o coordenador de futebol Vagner Mancini, que no início do ano havia descartado a possibilidade de treinar a equipe, segura a prancheta.
Esses críticos interpretam a opção pela espera como sinal de desespero por parte da direção e, para parte deles, até de amadorismo. Alguns pretendem questionar Leco sobre qual é o plano para o caso de o treinador interino sofrer uma série de derrotas e para a hipótese de Cuca ter problemas médicos e ficar sem condições de assumir integralmente o cargo em abril. Existem também questionamentos sobre o que fazer com Mancini se ele fizer o time deslanchar, apesar de o interino dizer não ter interesse em continuar no cargo.
Entre os apoiadores de Leco há também os que ficaram magoados por não terem sido ouvidos pelo presidente antes de a opção por contratar Cuca e esperá-lo ser tomada. Uma das ideias era sugerir que o clube tentasse a volta do colombiano Juan Carlos Osorio. Outra sugestão seria deixar Mancini assumir e costurar com o futuro treinador uma preferência ao São Paulo para quando ele estivesse apto a trabalhar. Cuca é muito bem avaliado pelos aliados do presidente, que só não concordam com a condição de aguardar sua liberação médica.
Vale lembrar que o presidente são-paulino não tem estatutariamente a obrigação de consultar conselheiros ou outros poderes do clube para fechar as contratações de técnicos ou jogadores. Quem defende o dirigente diz que ele e Raí mergulharam em reuniões para definir o futuro da equipe praticamente desde o final do jogo com o Talleres, na última quarta (13), até a amanhã seguinte. Ou seja, não tiveram tempo de ouvir a base aliada sobre o assunto. A intenção era fechar a negociação rapidamente para não deixar o time sem rumo. O anúncio foi feito no final da manhã de quinta (14).
Apesar do descontentamento, os queixosos não falam em retirar o apoio a Leco. Porém, ao menos uma ala pretende dizer ao dirigente que episódios como esse tornam difícil manter a unidade dessa base de sustentação. Como mostrou o blog, recentemente o presidente tricolor aumentou sua força política se aproximando de antigos opositores.
O blog tentou falar com Leco por meio da assessoria de imprensa do clube, mas não obteve sucesso.
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