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Veja como polêmica sobre VAR extrapola guerra entre Palmeiras e FPF

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26/03/2019 04h00

A nova disputa entre Palmeiras e Federação Paulista, agora por causa do uso do VAR no empate do alviverde com o Novorizontino na abertura das quartas de final do Paulista respinga em outros temas e personagens. Confira abaixo.

Sobrevivência do Paulista

Cada vez que o Palmeiras chama o Estadual de Paulistinha, como fez após o lance polêmico em Novo Horizonte, dá uma estocada numa competição que luta para não perder espaço, assim como os torneios dos outros Estados. Em novembro do ano passado, ao UOL Esporte, Fernando Manuel Pinto, diretor de  direitos esportivos do Grupo Globo, defendeu a discussão sobre o tamanho desses campeonatos. "De fato, tenho defendido que o futebol brasileiro repense o calendário. Joga-se demais, e com pouca orientação comercial na alocação de datas. Em qualquer cenário, vejo pontos relevantes nos Estaduais como a grande rivalidade, finais eletrizantes. Mas olhando estrategicamente, tenho provocado reflexão sobre redimensionamento e reposicionamento dos Estaduais. O fato de 1/3 do ano estar dedicado a eventos apenas regionais (se considerar torneios regulares, não o mata-mata, que é incerto por natureza) traz efeitos colaterais", afirmou o executivo na ocasião, por meio de nota oficial. Ou seja, ao diminuir a importância do Paulista, o Palmeiras ajuda esse discurso de que os Estaduais devem ser menores. Campeonatos mais curtos significam menores receitas. Vale lembrar que Globo tem contrato com a FPF para transmitir o Campeonato Paulista até 2021.

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Patrocínio

Imagine você tentando vender um produto e uma grande instituição fazendo bombar em suas redes sociais críticas ao que você negocia. Em tese, é isso que acontece quando o Palmeiras detona o Campeonato Paulista, que tem como uma de suas fontes de receita a venda de cotas de patrocínio. As críticas palmeirenses têm potencial para atrapalhar os negócios da federação.

Duelo de marcas

Coincidentemente, hoje, o principal patrocinador do Campeonato é a Sicredi, concorrente da Crefisa, poderosa parceira palmeirense. Nesse cenário, se o alviverde conquistar o título e for à festa de encerramento da competição para ser homenageado, provavelmente terá seus jogadores num ambiente decorado com a logomarca da concorrência. Mas, como o clube está rompido com a entidade e não comparece a seus eventos, isso não deve acontecer, independentemente da colocação palmeirense.

Pressão na arbitragem

Desde que o Palmeiras rompeu com a FPF, após entender que houve interferência externa na anulação de um pênalti a seu favor na final do Paulista do ano passado, vencida pelo Corinthians, apitar jogos do time é complicado. Após o episódio em Novo Horizonte, a pressão é dobrada na equipe de arbitragem que vai atuar na partida de volta da quartas de final nesta terça (26). E continuará assim se o time de Felipão avançar.

TJD x Palmeiras

A direção palmeirense já não mantinha boa relação com o Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo por entender que não foi tratada justamente em seus pedidos referentes à decisão do Paulista do ano passado. Nesta segunda (25), o presidente do órgão, Antonio Assunção de Olim, jogou mais lenha na fogueira. Ele afirmou que o clube não para de chorar e disse que mandará um lenço para o alviverde. Como ficam os próximos julgamentos envolvendo o Palmeiras no órgão? A diretoria vai citar o episódio para contestar a isenção do tribunal?

De novo no olho do furacão

A polêmica em Novo Horizonte coloca outra vez sob os holofotes Thiago Duarte Peixoto. Árbitro assistente de vídeo no jogo dos palmeirenses contra o Novorizontino, ele apitou Corinthians x Palmeiras em Itaquera, em 2017, e expulsou incorretamente o corintiano Gabriel no lugar de Maycon.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.