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Nada de Crefisa. Maior receita do Palmeiras em 2018 foi a venda de atletas

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30/04/2019 04h00

Foto: Marcello Zambrana/AGIF

Quantas vezes você ouviu que o que sustenta o Palmeiras financeiramente é a Crefisa? Provavelmente muitas. Porém, o balanço alviverde referente a 2018 mostra que a principal fonte de recursos do clube foi a venda de jogadores. A arrecadação com patrocínio ficou atrás ainda das verbas geradas pela transmissão de jogos e pela bilheteria das partidas.

O documento publicado pela direção palmeirense registra que entraram no cofre alviverde R$ 169.585.000 gerados por negociações de atletas. Nesse valor está incluída a receita obtida com mecanismo de solidariedade. Em 2017, essa marca tinha sido de R$ 37.289.000. Ou seja, houve um impressionante aumento de R$ 132.296.000.

No ano retrasado, quem mais engordou a conta corrente alviverde foram os contratos de transmissão pela TV: R$ 137.307.000. Em 2018, essa foi a segunda maior fonte de recursos com R$ 136.724.000.

Da venda de ingressos no ano passado foram contabilizados R$ 116.433.000. De publicidade e patrocínio, com o suporte da Crefisa e da FAM, foram amealhados R$ 95.476.000 contra R$ 130.910.000 da temporada anterior.

O balanço cita a venda de sete  jogadores em 2018: Mina (Barcelona), Tchê Tchê (Dínamo de Kiev), João Pedro (Porto), Fernando (Shakhtar Donetsk), Roger Guedes (Sahandong), Keno (Al-Assiouty, antigo nome do Pyramidis) e Daniel Fuzato (Lazio). O valor obtido com cada um não foi especificado.

Crefisa

De acordo com o balanço do Palmeiras, em dezembro de 2018, o empréstimo junto à sua patrocinadora estava em R$ 142.685.000. A dívida existe por conta da mudança nos contratos de patrocínios vinculados a contratações de jogadores. Os acordos passaram a ser considerados empréstimos.

O alviverde terá até dois anos a partir da saída dos atletas contratados com a ajuda da parceira para restituir a empresa, caso eles deixem o clube de graça ou por valor inferior ao investido. Receitas de bilheteria e de patrocínios servem de garantia para a hipótese de inadimplemento por parte do Palmeiras.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.