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Sem parceiro máster, renda corintiana de patrocínio caiu R$ 35,5 mi em 2018

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26/04/2019 04h00

Foto: Daniel Vorley/AGIF

O balanço financeiro do Corinthians referente a 2018 mostra o impacto causado nos cofres do clube por um ano inteiro sem patrocinador máster. Foram arrecadados com patrocínio e publicidade R$ 35.571.000 a menos em relação a 2017, temporada em que o time teve anunciante principal só até abril.

No ano passado, a receita com patrocínio e publicidade foi de aproximadamente R$ 42,8 milhões. Em 2017, a marca foi de cerca de R$ 78,4 milhões. Nos quatro primeiros meses daquele ano, a Caixa ainda estampava a camisa alvinegra.

Em texto que acompanha as demonstrações financeiras do alvinegro, Andrés Sanchez relacionou o jejum de patrocínio à economia brasileira.

"As dificuldades econômicas do país prejudicaram bastante a busca por patrocínios e tivemos que conviver sem um patrocinador máster para o uniforme durante o exercício de 2018, o que representou uma queda expressiva de nossas receitas nesse item", escreveu o presidente corintiano.

Um quadro sobre a importância de cada receita para o clube ilustra a queda relatada pelo cartola. Em 2017, a arrecadação com patrocínio representou 17% da receita do alvinegro. No ano passado, essa fatia emagreceu para 9%, perto dos 7% atingidos pelo clube social, famoso por ser um saco sem fundo.

Novamente, a maior parte do dinheiro veio das cotas de TV: 42%. Em segundo lugar aparecem as transferências de jogadores com 25%.

Em seu texto, Andrés  ressalta como um dos aspectos positivos a redução do deficit contábil de R$ 35 milhões em 2017 para cerca de R$ 19 milhões em 2018.

O dirigente também falou em crescimento de cerca de 4% nas receitas operacionais do futebol (apesar da falta de patrocinador máster). Essa arrecadação foi de aproximadamente R$ 438 milhões. A receita total do clube no ano passado ficou em cerca de R$ 469 milhões com crescimento de 3,5%.

As despesas operacionais também aumentaram. No futebol elas foram de R$ 377.659.000 em 2018 contra R$ 341.758.000 no ano anterior.

Em sua mensagem, Andrés aponta que "o nível de endividamento global subiu cerca de R$ 26 milhões especialmente pelo aumento de passivos com fornecedores e com explorações de (direitos de) imagem a pagar".

O dirigente também diz que "50% dos passivos são obrigações a longo prazo, especialmente aquelas relacionadas ao Profut (programa que refinanciou as dívidas dos clubes), com prazo de vencimento de 20 anos".

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.