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Opinião: desafio de Luxa é convencer jogadores do Vasco de que ainda é top

Perrone

08/05/2019 14h39

A tarefa mais desafiadora para Vanderlei Luxemburgo no Vasco é conquistar a confiança dos jogadores, na opinião deste blogueiro. É fazer com que os atletas acreditem em seu trabalho, em seu projeto. Enfim, que considerem o novo treinador do clube um técnico de ponta, não um dinossauro ultrapassado.

Existe por parte de uma parcela de jogadores, dirigentes, torcedores e jornalistas um preconceito em relação a treinadores da velha guarda que ficam sem emprego por um tempo.

O último trabalho de Luxa foi no Sport, de onde saiu em outubro de 2017. Pela equipe de Recife, ele foi campeão pernambucano.

Pelo tempo longe da prancheta, é natural que o ex-treinador da seleção brasileira, seja olhado com uma certa desconfiança. Natural porque é assim que funciona. Infelizmente acontece com profissionais de todas as áreas.

No futebol, a confiança do atleta no técnico é fator importante para o sucesso. Tite, por exemplo, conseguiu resultados rápidos na seleção com ajuda desse fator. Ele chegou à CBF vencedor, com status de melhor técnico brasileiro naquele momento. Essa condição fez com que atletas acreditassem em suas propostas e se dedicassem. Deu certo durante as eliminatórias da Copa da Rússia.

Se o comandado desconfia que o comandante está por fora, a tendência é não atender seus pedidos ou trabalhar com má vontade.

Luxa desembarca no Vasco em meio ao início de uma luta contra o rebaixamento no Brasileirão. Ele precisa agir rápido para que o buraco não seja cada vez mais fundo.

Para isso, terá que convencer seus comandados de que não é um veterano defasado. Mas ele não? Não sei. O trabalho em São Januário é que dará essa resposta. O que sei é que Luxa conhece futebol como poucos nesse país. Ou seja, pode, sim, fazer um bom trabalho.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.