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Pato é candidato a quebrar 'recorde' de vaias em Itaquera

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26/05/2019 08h29

Alexandre Pato deve se tornar neste domingo (26) o jogador mais vaiado da história da Arena Corinthians.

Pela primeira vez, o agora são-paulino enfrenta seu ex-time. E o faz como candidato encarar mais hostilidade do que outros jogadores odiados pela Fiel.

Não dá pra falar com precisão, mas, provavelmente outro atleta que vestia a camisa  do São Paulo lidera o ranking de vaias na casa corintiana: Maicon.

Em 2017, após imitar uma galinha no clássico no Morumbi, o zagueiro não teve paz na zona leste. O barulho era ensurdecedor quando pegava a bola.

Maicon desbancou até Rogério Ceni, um dos alvos preferidos dos corintianos.

Além dos dois, Pato deve superar o ex-palmeirense Valdivia, "homenageado" quando esteve em Itaquera com o Colo-Colo.

Mas a melhor comparação é com Paolo Guerrero, vaiado quando enfrentou o Corinthians em Itaquera.

A hostilidade com o peruano não foi das mais intensas por um motivo que o diferencia de Pato.

Apesar da mágoa por ver o atacante trocar o Parque São Jorge pelo Flamengo em troca de rendimentos melhores, o corintiano não esquece o gol de Paolo contra o Chelsea na final do Mundial de 2012.

Esse é o ponto. A Fiel não tem uma lembrança boa que supere a ira com Pato por conta do pênalti perdido com cavadinha contra Dida, que defendia o Grêmio, em 2013.

Custou a eliminação corintiana na Copa do Brasil, mas a questão é mais ampla. A forma como o pênalti foi desperdiçado consolidou todas as teses do torcedor alvinegro de que Alexandre não servia para o time.

O lance materializou críticas como "é descompromissado com o clube", "é alienado", "não tem raça pra jogar no Coringão" e por aí vai.

Quando pisou no Morumbi, Pato passou por cima do fato de ainda ter compromisso com o alvinegro, já que estava emprestado, e tratou o tricolor como seu clube do coração,.    algumas vezes deixando alfinetadas na Fiel pelo caminho.

Estava estabelecido um dos maiores casos de incompatibilidade entre um jogador e um clube/torcida do futebol brasileiro.

O capítulo de hoje dessa história de rancores deixa duas certezas. Uma delas é que o corintiano vai ao estádio disposto a gastar todas as suas energias para destratar verbalmente Pato. A outra é que o são-paulino fará o mesmo para ferir com gols o clube e a torcida que lhe trazem más lembranças.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.