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Opinião: seleção ganha mais do que perde sem Neymar

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06/06/2019 12h24

Perder um jogador do nível de Neymar não é bom para nenhuma seleção. Mas, nas atuais circunstâncias, sua ausência na Copa América terá mais aspectos positivos do que negativos para a seleção brasileira, na opinião deste blogueiro.

O prejuízo é ficar sem um dos atletas mais habilidosos do mundo. A primeira vantagem será jogadores e comissão técnica não terem que conviver todos os dias com perguntas e desdobramentos da acusação de estupro contra Neymar, que nega ter cometido o crime.

Outro aspecto positivo é poder chamar alguém que esteja totalmente focado na seleção. Nenhum profissional de qualquer área teria condições mínimas de trabalhar numa situação dessas.

Mas, a principal vantagem que vejo é Tite poder arejar a seleção taticamente. Apostar num esquema mais dinâmico, valorizando a movimentação e a aproximação de jogadores de todos os setores. Melhor do que sempre procurar Neymar, quase que fixo na beirada, como foi na Copa da Rússia.

No primeiro tempo da vitória sobre o Qatar, por 2 a 0, nesta quinta (5), já sem o astro do PSG em campo, o time de Tite mostrou um estilo de trocas de passes mais rápidas e objetivas.

Reserva técnica pra isso a seleção tem. Coutinho, Richarlison, Neres, Éverton Cebolinha,  Firmino, que ainda vai chegar… Nomes para transformar a seleção numa equipe mais coletiva envolvente não faltam.

Nesse cenário, mais do que lamentar o caos vivido por Neymar, Tite deveria aproveitar a chance de iniciar a construção de uma equipe que dependa menos de um só jogador. A  Copa América virou uma grande oportunidade para a seleção evoluir.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.