Vizinha do Allianz pede indenização de R$ 3 mi e quer limitar uso da arena
Vizinha do Allianz Parque, moradora de um prédio na Rua Palestra Itália, entrou com ação na Justiça cobrando indenização no valor de R$ 3 milhões por conta de danos supostamente causados pela rotina no estádio.
Ela também pede que a arena palmeirense só possa funcionar duas vezes por semana. Ainda quer o fechamento administrativo do local para que sejam solucionados supostos problemas relacionados à lei do silêncio.
A inicial é contra WTorre, a Real Arenas (empresa ligada ao estádio), o Palmeiras e a prefeitura. Porém, não é especificado quanto cada um pagaria de indenização em caso de condenação. O site do Tribunal de Justiça de São Paulo, no entanto, não cita o município como requerido.
No último dia 17, o juiz Guilherme Silveira Teixeira negou segredo de justiça pedido pela autora da ação. Mesmo assim, o blog optou por não revelar seu nome já que ela alega temer eventuais retaliações de torcidas organizadas palmeirenses.
O magistrado deu prazo de dez dias para a autora apresentar documento que justifique solicitação de Justiça gratuita antes de dar prosseguimento ao caso.
Ao blog, a assessoria de imprensa do Allianz afirmou ainda não ter sido notificada. Declarou que o respeito às pessoas e ao meio ambiente é valor fundamental para a empresa. Leia a nota na íntegra ao final do post.
Já o departamento jurídico do Palmeiras disse que não iria se manifestar. A prefeitura não respondeu até a publicação deste post.
A moradora alega que reside no mesmo local há 45 anos e que passou a enfrentar um caos na região após a transformação do antigo Palestra Itália em Allianz Parque.
Seus advogados afirmam que a casa alviverde passou a comportar um público maior e a ser usada mais vezes por conta de shows sem respeitar o impacto na vizinhança. E sem que os vizinhos fossem consultados.
Um dos argumentos é o de que parte do público da arena toma as ruas da vizinhança. Na ação, os advogados alegam que, assim, vias públicas são usadas por instituições privadas (Palmeiras e W/Torre) sem pagamento ao município.
Depredações, torcedores urinando na rua, barracas de ambulantes, sedes de torcidas organizadas por perto e aglomerações em estabelecimentos da região para assistir a jogos do Palmeiras fora de casa fazem parte do cenário descrito.
A ação também aponta que o ruído em dias de shows e jogos extrapola os limites legais.
Por tudo isso, a moradora sustenta que seu imóvel desvalorizou. Por isso, ela pede R$ 1 milhão de indenização por danos materiais.
Liminarmente, em caráter de urgência, seus advogados requerem que os réus paguem moradia escolhida por ela em outro local ou um aluguel de pelo menos R$ 5 mil até o fim do processo. O imóvel em que ela reside é definido como inabitável atualmente. Em caráter liminar já querem limitar a duas vezes por semana o funcionamento do estádio.
Também são cobrados R$ 2 milhões por danos morais. Nesse ponto são alegados problemas de saúde em decorrência do barulho na arena que a forçam a tomar medicação controlada.
A ação também cita que multas chegaram a ser aplicadas pela prefeitura por conta do barulho, mas que a fiscalização tem sido ineficiente. Daí veio o pedido de fechamento administrativo seguido de mudanças e fiscalização nos eventos seguintes.
A ideia de que o estádio só possa funcionar duas vezes por semana visa retomar o ritmo que prevalecia antes de o local virar um dos principais pontos para shows da cidade .
Abaixo, leia nota enviada ao blog pela assessoria de imprensa do Allianz Parque.
"O Allianz Parque esclarece que ainda não foi notificado sobre a ação judicial. A arena destaca que o respeito às pessoas e também ao meio ambiente são valores fundamentais dentro da empresa. Acreditamos que somente através do respeito e do cumprimento das regras construiremos, junto com o restante da sociedade, um mundo melhor, no qual o esporte e a cultura serão instrumentos do desenvolvimento.
Informamos que iniciamos neste ano um projeto que busca aproximar a administração da arena dos nossos vizinhos, moradores, empresários e trabalhadores da região. Nossa intenção é estreitar o relacionamento com as pessoas, promovendo o diálogo e a troca constante de ideias para a construção de um bairro ainda melhor, além de ações de promoção à saúde, com aulas voltadas para a terceira idade, e projetos de inclusão social, com foco em crianças e adolescentes; além de atividades de preservação do meio ambiente.
É importante tornar público que os eventos realizados no Allianz Parque geram por ano cerca de 200.000 empregos, entre diretos e indiretos, e movimentam aproximadamente R$ 1,5 bilhão na economia da cidade de São Paulo".
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