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Ex-advogado de Najila responde a Neymar pai, e juiz arquiva caso

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12/07/2019 04h04

José Edgard Bueno, primeiro advogado de Najila Trindade (Crédito: Suamy Beydoun/AGIF)

José Edgard da Cunha Bueno Filho, primeiro advogado de Najila Trindade nas acusações contra Neymar, e seus sócios num escritório de advocacia responderam à interpelação do pai do jogador na Justiça. Treze perguntas sobre a participação deles no episódio, incluindo questões sobre o relacionamento de Bueno com Mauro Naves, tinham sido feitas como parte de uma medida para eventuais ações penal e/ou indenizatória relacionadas à acusação de difamação contra os advogados.

Nesta quinta (11), o juiz Ulisses Augusto Pascolati Júnior determinou o arquivamento dos autos após o autor tomar ciência, considerando prestadas as explicações pedidas por Neymar da Silva Santos na notificação. Nesses casos, é comum o caso ser arquivado depois de os interpelados responderem. Agora, cabe ao pai do astro do PSG decidir se entrará com ação por difamação contra os advogados ou não.

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Davi Tangerino, um dos advogados de Neymar pai, disse ao blog que está de férias, não sabe do andamento do caso e, por isso, só poderá se manifestar quando retomar ao trabalho. Por meio de sua assessoria de imprensa, Bueno afirmou que não comentaria o assunto.

Bueno é acusado de tentar extorquir o Neymar mais velho para que Najila não apresentasse queixa contra seu filho. Ao negar essa acusação, o advogado escreveu em carta obtida pelo UOL Esporte que foi vítima de uma armadilha ao se reunir com representantes do jogador para tentar um acordo. Essa e outras declarações motivaram o pedido de explicações na Justiça.

Na resposta à interpelação, sem responder a cada indagação pontualmente, Bueno e seus sócios afirmaram que suas declarações só foram dadas para esclarecer a opinião pública sobre o encontro com representantes de Neymar diante do que chamam de ataque a suas honras, numa referência à acusação de extorsão. Ao mesmo tempo, afirmam que jamais tiveram a intenção de atingir a honra do pai do jogador.

Eles sustentam que a reunião, ocorrida num apartamento de Neymar pai em São Paulo, "teve por objetivo buscar, na via extrajudicial, acordo na esfera cível, acerca dos danos causados, segundo a narrativa" de Najila. Também alegam que queriam evitar eventual ação penal pública na França, onde teriam ocorrido o estupro e as agressões. Neymar nega ter cometido os crimes.

Enquanto representou a modelo, Bueno sustentou que a acusação deveria ser exclusivamente de agressão.

Na resposta judicial, os ex-representantes de Najila também afirmam considerar judicialmente descabido o pedido de explicações feito por Neymar pai. Isso por inexistirem, segundo eles, frases ambíguas ou dúbias que ofendam a honra de Neymar pai e que demandariam esclarecimentos. "Não obstante o presente pedido de explicações pareça prestar-se somente para tentar constranger os interpelados com descabida distribuição de natureza criminal, esses são os esclarecimentos que cumpria aos interpelados responder", diz o fim da resposta.

Bueno não respondeu se conhece Mauro Naves, demitido da Globo por seu envolvimento no episódio, e se conseguiu com o jornalista o telefone do pai de Neymar, como indica mensagem anexada à interpelação. O blog apurou que advogado e o ex-funcionário da emissora de TV são amigos de longa data.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.