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Santos com mesma pontuação do Palmeiras força visitantes a serem ofensivos

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22/07/2019 09h54

O fato de o Santos alcançar o líder Palmeiras em número de pontos no Brasileirão impõe nova lógica e novo ritmo à competição na opinião deste blogueiro. Isso porque o time de Sampaoli não é conservador como a maioria das equipes na disputa. Ou seja, joga para ganhar dentro e fora de casa contra rivais do topo ou do fundo da tabela.

Assim, o que normalmente parece ser um bom resultado pode na prática não ser. Por exemplo, uma equipe que briga pela liderança pode partir para um jogo fora de casa imaginando que o empate é um bom negócio, se na mesma rodada os santistas atuarem como visitantes diante de outro concorrente ao título. Mas, em tese, as chances de o Santos ganhar fora de casa são maiores do que as de equipes mais cautelosas costumam ser. Assim, é possível que a pontuação alcançada pelo alvinegro paulista force os demais postulantes à taça a serem mais ofensivos mesmo atuando fora de seus domínios.

Foi assim que o Santos jogou contra o Botafogo no Rio, no último domingo (21). Ignorou o fator casa. Jogou para vencer até quando tinha um jogador a menos e acabou ganhando por 1 a 0.

Claro que essa ousadia tem preço. Às vezes os comandados de Sampaoli tomam um sacode pelo meio do caminho, o que torna o campeonato mais imprevisível. Para aproveitar esses eventuais tropeços, é preciso que os adversários ganhem. Foi assim que o Santos se igualou ao Palmeiras, vencendo num momento de declínio, absolutamente normal, do rival alviverde.

Nesse cenário, o fato de os santistas alcançarem o líder Palmeiras em número de pontos é extremamente saudável para o Brasileirão. A competição que havia chegado à parada para a Copa América apressadamente com o Palmeiras apontado por muitos, incluindo este blogueiro, como provável campeão, agora ganha mais competitividade.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.