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Críticas a Mattos voltam após eliminação do Palmeiras. Oposição grita mais

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29/08/2019 04h00

A eliminação do Palmeiras na Libertadores despertou a bronca de conselheiros, a maioria da oposição, com Alexandre Mattos. Muitas das críticas são as mesmas feitas anteriormente, em momentos de crise, principalmente em relação a gastos considerados altos e a supostos erros de planejamento na montagem do elenco. Procurado, o diretor de futebol não quis se manifestar.

Apesar do maior número de oposicionistas entre os críticos, há também gente insatisfeita na situação. Um dos primeiros disparos contra o dirigente remunerado após a derrota por 2 a 1 para o Grêmio, na última terça (27), foi feito pelo conselheiro Paulo Serdan, presidente da escola de samba Mancha Verde e um dos líderes da principal  torcida organizada palmeirense . Ele tem feito críticas pontuais ao presidente Maurício Galiotte, mas é alinhado com Leila Pereira, dona da Crefisa, conselheira e importante aliada do presidente palmeirense.

Em vídeo postado numa rede social, Serdan disse que não adianta ter dinheiro e não saber investir. Em seguida, afirmou que Mattos é o principal responsável por isso. O conselheiro e líder de torcida reclamou, entre outras, das contratações de Borja, Carlos Eduardo, Deyverson e Arthur Cabral, que a diretoria decidiu emprestar para o Basel, da Suíça.

Conselheiros ouvidos pelo blog também reclamaram de contratações caras que não renderam o esperado. Outra avaliação é de que Mattos não teria trazido um meia de qualidade para armar o time. Lucas Lima não os agrada. Alguns ainda se queixam de que o diretor teria errado ao segurar parte dos jogadores que tiveram propostas. A opinião é de que deveriam ter sido negociados para usar o dinheiro em busca de eliminar fraquezas do elenco ou até simplesmente para fortalecer o caixa alviverde.

Até o final de maio, o departamento de futebol do Palmeiras, incluindo as categorias de base, já havia gasto R$ 230.534.107,68, média de R$ 41,1 milhões aproximadamente. O deficit no futebol acumulado ao final do quinto mês do ano foi de R$ 13.377.385,04. Os números estão no balancete do período disponível no site do Palmeiras.

Vale lembrar que apesar de contratações de peso terem sido feitas com ajuda da Crefisa, o clube precisa devolver o dinheiro investido quando os atletas foram negociados ou ficarem sem contrato. No segundo caso, há um prazo de dois anos para o pagamento. Eventuais lucros ficam com a agremiação, desde que não haja dívida vencida com a parceira.

Defesa de Mattos

Apesar de o diretor de futebol não querer se manifestar, o blog apurou que em pelo menos parte da diretoria as críticas foram tratadas como insignificantes e políticas. O argumento é o de que o dirigente não era detonado enquanto o time estava ganhando. Os fatos de ter contratado jogadores que eram pretendidos por rivais, ter vendido atletas com lucro e segurado peças que a comissão técnica considera importante são pontos usados para defender o trabalho do dirigente.

Além de Mattos, Felipão também foi criticado por conselheiros, incluindo Serdan, após a queda na Libertadores. A principal reclamação é de que ele estaria errando nas substituições.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.