Na notificação enviada ao Corinthians cobrando dívida de aproximadamente R$ 500 milhões e informando a execução do débito, a Caixa Econômica admitiu que houve tratativas avançadas por um acordo alterando valores das parcelas do financiamento em questão. Porém, conforme escreveu o banco, o trato não foi concluído por falta de documentação que deveria ser entregue pelo fundo responsável pela arena alvinegra.
"Acrescente-se que, quanto à renegociação pleiteada pelo clube desde o final do ano passado, em que pese ter a Caixa evoluído para a formatação de uma proposta que chegou a tramitar nas áreas internas da notificante, não foi possível prosseguir com as análises uma vez que o Fundo não enviou as demonstrações financeiras assinadas e auditadas solicitadas pela Caixa diversas vezes", diz trecho da notificação.
A dívida se refere ao financiamento de R$ 400 milhões junto ao BNDES por intermédio da Caixa para bancar parte da construção da Arena Corinthians. A direção alvinegra chegou a falar publicamente que considerava o acordo para mudar a forma de pagamento sacramentado. Passava, então, a pagar R$ 6 milhões por mês de março a outubro e R$ 2,5 milhões mensais entre novembro e fevereiro.
Em nota, divulgada em seu site, o Corinthians afirmou que o acordo ficou pendente diante de iminente troca de comando na Caixa e que seguiu fazendo os pagamentos conforme alinhavados no trato. A direção ficou surpresa com a atitude do banco. Abaixo, leia as duas notas do alvinegro sobre o assunto. Até a publicação deste post, a Caixa não havia respondido aos questionamentos do blog sobre a notificação.
Nota divulgada no site do clube
"O Sport Club Corinthians Paulista discorda das informações prestadas pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, ao colunista Lauro Jardim do jornal O Globo.
Na aludida oportunidade, o presidente da CEF afirmou que não haveria qualquer renegociação entre as partes, e, por conta disso, teria sido obrigado a executar as garantias contratuais.
É importante destacar que a reportagem não leva em conta negociação preliminar entre o clube e Caixa Econômica Federal (CEF) há aproximadamente um ano para adequação do fluxo de receitas com as parcelas mensais em valores reduzidos nos meses nos quais um número menor de partidas é realizado na Arena, fato já noticiado pela imprensa.
A referida negociação aguardava formalização contratual e requeria a implantação de uma série de procedimentos administrativos dentro da CEF, no entanto, reuniões frequentes foram mantidas entre as equipes para ajustar aspectos operacionais. A CEF, inclusive, expressamente reconheceu a aludida negociação, tendo encaminhado o assunto para a área interna responsável no banco".
Nota divulgada no site da Arena Corinthians
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que enquanto finalizava negociações com a Caixa para um reperfilamento do financiamento da Arena – processo iniciado nos primeiros dias da atual gestão — foi surpreendido por uma notificação extrajudicial alegando que diversos procedimentos prescritos pelo atual contrato não estariam sendo cumpridos.
Esta mudança de atitude não encontra respaldo na realidade dos fatos. Um acordo preliminar de adequação do contrato ao fluxo de caixa efetivo da Arena havia sido negociado há quase um ano, mas ficou suspenso pela perspectiva da iminente troca de comando da instituição, à espera da orientação da nova gestão. Desde então, os compromissos vinham sendo honrados, como se os termos do acordo preliminar estivessem vigendo.
Além dos ajustes financeiros, a Caixa requeria a implantação de procedimentos administrativos com os quais o clube esteve sempre de acordo e cuja implementação dependia, como depende, de procedimentos dentro da Caixa até hoje não especificados definitivamente.
Assim, tanto no plano financeiro como no administrativo, o clube sempre se pautou por total transparência quanto à sua atuação operacional e subordinação inconteste a um processo de pagamentos compatível com a realidade financeira do mercado esportivo atual.
Como não houve interrupção do diálogo e tudo caminhava para um acordo mutuamente vantajoso, não há como compreender o gesto intempestivo, que sequer foi previamente comunicado à agremiação.
Ao contrário de inúmeras outras arenas que receberam da mesma linha de financiamento, o clube nunca repudiou sua dívida nem deixou de dialogar com o repassador destes recursos, a CEF, quando dificuldades transitórias se interpunham. Se a CEF escolheu trocar a rota da negociação pela do confronto, não cabe ao clube outro recurso senão defender na Justiça seus direitos.
O clube continua aberto a voltar à mesa de negociação, se a Caixa optar por prosseguir a trajetória amigável que juntos vínhamos construindo até aqui."
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