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De Carlos Eduardo a Cueva. Reforços rivais fazem de B. Henrique pechincha

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22/11/2019 08h52

Em janeiro, o Flamengo contratou Bruno Henrique junto ao Santos por R$ 23.620.000 conforme mostra balancete financeiro do rubro-negro, sem contar gastos com comissões de empresários. Na ocasião, pode ter parecido caro já que se tratava de um jogador prejudicado por contusões e com apenas dois gols em 2018. Porém, hoje, a comparação com reforços de valor semelhante adquiridos por outros clubes transforma a aquisição do atacante numa pechincha.

É justo começar a sessão de tortura com os torcedores rivais do Fla pelo Palmeiras, único no Brasil com bala na agulha atualmente para trazer jogadores do mesmo calibre que os trazidos pelo clube da Gávea.

Um dos reforços mais criticados pela torcida alviverde, o atacante Carlos Eduardo, custou cerca de R$ 23 milhões, valor próximo ao de Bruno Henrique. O desempenho de ambos na atual temporada, porém, é distante.

O ex-santista já balançou a rede 18 vezes no Brasileirão deste ano e cinco na Libertadores. Pouco aproveitado no Palmeiras, Carlos Eduardo fez 20 jogos e anotou só um gol em 2019, de acordo com dados publicados pelo clube em seu site. A diretoria alviverde joga na conta de Felipão a escolha pelo jogador que estava no Pyramids, do Egito.

As comparações ficam ainda mais angustiantes para o palmeirense se Borja entrar na roda. Com ajuda de dinheiro emprestado pela parceira Crefisa, o alviverde pagou em fevereiro de 2017 US$ 10,5 milhões (cerca de R$ 32,6 milhões pela cotação da época) pelo colombiano.

Só que uma cláusula previa que, se ele não fosse vendido até agosto, o alviverde teria que desembolsar mais US$ 3 milhões (aproximadamente R$ 11.340.000 na ocasião) pela compra junto ao Atlético Nacional, da Colômbia. No total, o investimento foi de cerca de R$ 43.940.000.

Com essa grana daria para ter comprado Bruno Henrique e ainda sobrariam R$ 20.320.000. A diferença chega perto do que o Flamengo desembolsou pelo zagueiro Rodrigo Caio, segundo dados oficiais do clube: R$ 21.200.000.

Enquanto Bruno Henrique é ídolo no Flamengo e esperança de gols na final da Libertadores neste sábado (23), contra o River Plate, em Lima, Borja é espinafrado pelos palmeirenses. Segundo as estatísticas do Palmeiras, ele precisou de 111 jogos para marcar 36 gols.

Se essa conversa está ruim para o palmeirense, imagine para o santista. O torcedor do alvinegro do litoral paulista viu sua diretoria topar pagar ao Krasnodar (RUS) cerca de R$ 26 milhões por Cueva. Ou seja, mais do que recebeu por Bruno Henrique.

A primeira parcela só vence no ano que vem, mas, com fraco desempenho em campo e polêmicas fora dele, o peruano já não faz parte dos planos de Jorge Sampaoli, para desespero do presidente santista, José Carlos Peres.

O torcedor do Atlético-MG também tem uma comparação para chamar de sua. Em junho do ano passado, o clube contratou Chará por aproximadamente R$ 22.680.000. São R$ 940 mil a menos do que o Fla pagou por Bruno Henrique.

Desde sua chegada, o colombiano marcou dez gols pelo Galo (um em 2018). São oito tentos a menos do que Bruno Henrique fez este ano só em jogos pelo Brasileirão.

No Corinthians, o balanço financeiro do clube relativo a 2018 certamente vai provocar desconforto no torcedor que notar o meio-campista Araos como o reforço que gerou a maior despesa numa lista de 35 nomes publicados. De acordo com o documento, o chileno custou R$ 20.603.000. Com mais R$ 3.017.000, bem menos dos que os R$ 9.832.000 gastos para ter o volante Richard, seria atingido o valor de Bruno Henrique. Araos foi emprestado para a Ponte Preta, e Richard para o Vasco.

Colaborou Thiago Fernandes, do UOL, em Belo Horizonte

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

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